Na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira, que ocorreu em Chapecó (SC), foi apresentado um plano para ampliar a competitividade para o setor lácteo do País. A iniciativa trabalha com a meta de que o Brasil passe a exportar 5% do volume produzido. De acordo com o secretário executivo do Sindilat-RS, Darlan Palharini, o plano foi endossado pelo presidente da CNA, João Martins da Silva Júnior.
Segundo Palharini, o projeto voltado ao mercado externo foi apresentado pelo consultor Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior. "Para Barral, a Região Sul é que reúne as melhores condições para alcançar este objetivo", relatou o representante da indústria gaúcha presente no encontro. Diante das considerações feitas por um dos maiores especialistas em defesa comercial e negociações internacionais, a CNA encampou a ideia e decidiu apoiar uma pesquisa de mercado e levantamento de regras para que as empresas do Sul possam participar do estudo.
"A Região Sul tem no mínimo 10 plantas de leite em pó que possam ser inseridas neste grupo de trabalho", afirmou Palharini, destacando a observação de Barral de que o produto em pó é o mais transacionado no mercado internacional. Palharini ressalta a importância de também focar em alternativas para equilibrar o mercado, entre elas o Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e as compras governamentais. Segundo o secretário executivo, é necessária uma ação positiva tanto do governo federal quanto do estadual.
O presidente da Aliança Láctea Sul Brasileira, Ronei Volpi, reforçou que o trabalho será organizado a partir da estrutura industrial dos estados do Sul do País, que possuem linhas de produção de leite em pó. Por meio de um esforço conjunto do setor, a expectativa é atingir a meta de exportar 5% da produção brasileira, mas sem descuidar do mercado interno, no prazo de três a cinco anos. O objetivo é enviar lácteos para países da América Latina e Caribe, mas também a países da Ásia, África e Rússia.
Na opinião do presidente da Comissão do Leite da Farsul, Jorge Rodrigues, para alcançar o volume mínimo de 5% da produção para exportação - que praticamente representa a produção do Uruguai - é preciso antes se credenciar ao mercado externo. "Ou seja, deve-se antes de tudo buscar uma normatização e um programa de qualidade que possam ser auditados externamente. Precisamos ter a capacidade de cumprir normas e exigências dos compradores internacionais", afirmou. Como resultado da reunião, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, encaminhou ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, pedido para que seja realizada a regulamentação do PEP para produtos derivados do leite cru.