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Economia

- Publicada em 09 de Maio de 2018 às 22:26

Rentabilidade da safra gaúcha é 12,2% maior

Principal produto, a soja vai gerar R$ 22,3 bilhões ao Rio Grande do Sul

Principal produto, a soja vai gerar R$ 22,3 bilhões ao Rio Grande do Sul


/JUAN MABROMATA/AFP/JC
Guilherme Daroit
Mesmo com produção menor em relação ao ano passado, a safra gaúcha de grãos renderá financeiramente mais em 2018 do que em 2017. Segundo estudo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), a venda dos grãos gerará R$ 39,163 bilhões, alta de 12,2% em relação à produção anterior. Com menos alimentos, o aumento é explicado pela recente alta nos preços pagos aos produtores, especialmente no milho e na soja, que sofrem forte influência do câmbio.
Mesmo com produção menor em relação ao ano passado, a safra gaúcha de grãos renderá financeiramente mais em 2018 do que em 2017. Segundo estudo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), a venda dos grãos gerará R$ 39,163 bilhões, alta de 12,2% em relação à produção anterior. Com menos alimentos, o aumento é explicado pela recente alta nos preços pagos aos produtores, especialmente no milho e na soja, que sofrem forte influência do câmbio.
"Soja e milho têm uma perspectiva de melhora bem significativa, principalmente por fatores sobre os quais não temos controle", comenta o economista-chefe da entidade, Antônio da Luz, ressaltando o papel da desvalorização do real nos últimos 60 dias (no período, a cotação do dólar passou de R$ 2,25 para R$ 2,55). O economista lembra que um aumento nos preços dos grãos já era esperado desde o início da colheita, mas não na magnitude que acabou acontecendo.
Ao todo, a Farsul calcula que o principal produto agrícola do Estado, a soja, gerará R$ 22,3 bilhões, aumento de 25,2% em relação ao ano passado. Já o milho alcançará R$ 2,77 bilhões, 5,4% a mais do que na temporada anterior. No cômputo geral, esses crescimentos mais do que compensam as perdas do arroz, que deve render R$ 6 bilhões nesta safra (-12,8% em relação a 2017). "Já estava ruim, e nesse ano vai ser pior", sentencia Luz sobre a situação dos orizicultores, que se distingue do panorama dos produtores dos outros principais grãos, em especial na Metade Norte do Rio Grande do Sul, que não sofreu com a estiagem que prejudicou a produtividade na parte Sul.
O maior ganho projetado é o do trigo, que deve crescer 52%, chegando a R$ 870 milhões, graças a reação nos preços nos últimos dias. A situação ainda pode interferir na decisão de plantio dos agricultores gaúchos, que tem até o fim de maio para determinar a área plantada. "Mesmo assim, a tendência de redução na área ainda não mudou muito, e imagino que fique em torno de 5% em relação aos 700 mil hectares de 2017", prevê o presidente da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim. O quadro só estará definido, segundo o dirigente, após a concretização da plantação argentina, que ainda depende do fim (ou não) da estiagem no país vizinho.
O estudo da Farsul também toca em outro ponto que é visto como essencial pela entidade, que é a mensuração dos impactos desse resultado em toda a economia gaúcha. "A agricultura moderna pressupõe que, até o grão aparecer, já se agregou muito valor na cadeia", comenta o presidente da Farsul, Gedeão Pereira. Segundo o trabalho da Farsul, 66% do faturamento, ou seja, R$ 26 bilhões, cobrem os custos com insumos comprados de outros setores, como as indústrias químicas (R$ 7,2 bilhões), de fertilizantes (R$ 5,5 bilhões) e metalmecânica (R$ 3,9 bilhões). Já entre os compradores dos grãos, destacam-se as indústrias de fabricação de óleo e rações (R$ 17 bilhões) e a exportação internacional (R$ 14,1 bilhões).
"Há ainda uma visão de agricultura como era há 100 anos, como se a produção agrícola não gerasse valor agregado. É um preconceito e uma ignorância da realidade econômica do Estado", argumenta Luz, ressaltando a exigência de investimentos e tecnologia para alcançar produtividades em linha com os padrões internacionais. "Há um desespero por esmagar a soja, mas o que tem mais complexidade, a indústria que esmaga a soja ou essa indústria que vem à montante com a produção?", indaga o economista.
JC
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