A atividade industrial gaúcha fechou o primeiro trimestre de 2018 com crescimento de 2,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, registrando o melhor primeiro trimestre desde 2010 e o único aumento nesse período desde 2013, segundo o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS). Os dados foram detalhados em pesquisa da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) apresentada nesta quarta-feira (2).
No acumulado do trimestre, a expansão de Veículos automotores (19,5%) foi a principal contribuição positiva entre os 17 setores pesquisados no IDI-RS. Destaques ainda para os aumentos da atividade nas indústrias de Tabaco (11,7%), de Produtos de metal (4,2%) e de Alimentos (2%). Em sentido contrário, as principais influências negativas partiram de Máquinas e equipamentos (-2,6%), Químicos e refino de petróleo (-1,5%) e Couros e calçados (-1,4%).
Na expansão no ano, o destaque ficou com as altas de 7,2% do faturamento real e de 7% das compras industriais. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) e o emprego registraram elevações mais modestas, 2,1 pontos percentuais e 0,6%, respectivamente, enquanto as horas trabalhadas na produção (-0,6%) e a massa salarial real (-2,6%) caíram ante o primeiro trimestre de 2017.
Ao se comparar com o mesmo mês de 2017, a atividade industrial ficou estável em março, depois de oito meses de altas consecutivas. O resultado, embora possa sugerir desaceleração, precisa ser relativizado, já que março de 2018 teve dois dias úteis a menos do que o mesmo mês do ano passado em função do Feriado de Páscoa: 21 ante 23.
Na análise de março em relação a fevereiro de 2018, o IDI-RS aponta para uma queda de 2,8% no nível de atividade, a maior desde janeiro de 2017. Parte desse resultado, porém, também pode ser atribuída ao calendário de março com menor número de dias úteis do que o normal, efeito que, apesar de minimizado, não é totalmente eliminado pelo ajuste sazonal.
A influência do calendário levou ao desempenho negativo em todos os indicadores do IDI-RS: compras industriais (7,4%), faturamento real (-2,3%), horas trabalhadas na produção (-0,4%), emprego (-0,2%), massa salarial (-1,3%) e UCI (-0,8 p.p).
Segundo a Fiergs, ainda assim, o mesmo efeito de calendário que potencializou a queda da atividade industrial projeta um cenário mais favorável em abril de 2018, com três dias úteis a mais em março do que em 2017. Portanto, os resultados dos Indicadores Industriais nada alteram a tendência atual de recuperação e a expectativa futura da indústria.