Derrotada nas últimas duas campanhas presidenciais, Marina Silva, pré-candidata da Rede ao Planalto, avalia que a eleição deste ano será diferente. "As pessoas vão votar sabendo da verdade", diz.
Para Marina, coube à Operação Lava Jato, que ela defende como uma das melhores contribuições desde a redemocratização, revelar quem é quem e desmontar o sistema corrupto da máquina pública.
"Dilma (Rousseff, PT), (Michel) Temer (PMDB), Aécio (Neves, PSDB) praticaram os mesmos erros contra a sociedade e as finanças públicas, e obviamente que a escolha será do cidadão", diz.
Marina perde apenas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e para o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), segundo a última pesquisa Datafolha. "A sociedade está indicando que quer mudança de verdade. Aqueles que criaram o problema não vão resolver o problema. Talvez, a sociedade comece a sinalizar que PT, PMDB, PSDB e DEM precisem tirar umas férias de quatro anos."
Marina afirmou que, na última eleição, quando apoiou Aécio no segundo turno, não sabia o que o tucano e Dilma tinham feito. Segundo ela, agora, as pessoas estão vacinadas contra a mentira e a polarização. "Em 2014, nós não tivemos uma eleição livre, democrática. Foi uma farsa, uma fraude, porque tinha dinheiro de caixa-2, da Petrobras, dos fundos de pensão, de Belo Monte, do Banco do Brasil, da Caixa (Econômica Federal). E agora o eleitor já sabe de tudo isso e não vai perder a chance de fazer a verdadeira mudança."
Marina, porém, fez a ressalva de que pessoas boas e ruins existem em todos os partidos, indicando que aceitará apoios ainda que sem fazer concessões ao seu programa, que defende a Lava Jato, o fim do foro privilegiado e a prisão em segunda instância. "Não tenho esse recorte de dizer que, porque alguns cometeram crimes, todos devem ser culpados", disse.
Marina afirmou ainda que o PSB, do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, tem o direito de lançar candidatura. Sobre uma eventual aliança com Barbosa, ela disse que sua candidatura é uma realidade que independe dos demais candidatos.