Em mensagem durante as comemorações do Dia do Exército, o comandante da Força, general Eduardo Villas Bôas, disse que "não podemos ficar indiferentes aos mais de 60 mil homicídios por ano, à banalização da corrupção, à impunidade, e à insegurança ligada ao crescimento do crime organizado e à ideologização dos problemas nacionais". Segundo o general, "são essas as reais ameaças à nossa democracia".
Em seguida, o general Villas Bôas lembrou que, "nas eleições que se aproximam, caberá à população definir, de forma livre, legítima, transparente e incontestável, a vontade nacional"; e pediu que, "definido o resultado da disputa, unamo-nos como nação".
Em sua fala, feita em cerimônia ao lado do presidente Michel Temer (PMDB) e de representantes dos Três Poderes, o comandante fez questão de se queixar do orçamento apertado e dos baixos salários.
"Nossa Força caminha em meio a dificuldades e desafios, entre os quais estão um orçamento aquém dos imperativos de suas missões e a defasagem salarial de seus soldados em relação às demais carreiras de Estado, obstáculos que não desviam os militares do propósito de estar, exclusivamente, dedicados e prontos para defender a Pátria." E emendou: "e a nossa Pátria precisa ser defendida!".
A fala do general ocorre 15 dias depois de ter postado uma mensagem polêmica em suas redes sociais sobre "repúdio à impunidade".
Na véspera do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, de um pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula, o general escreveu em sua conta do Twitter que repudia a impunidade e acrescentou que o Exército está "atento às suas missões institucionais", sem detalhar o que pretendeu dizer com a expressão. A declaração gerou controvérsia, ao ser interpretada por alguns como uma "pressão" à corte.