Quatro deputados estaduais se pronunciaram durante a sessão de ontem, na Assembleia Legislativa, sobre as acusações do ex-deputado estadual Diógenes Basegio (ex-PDT) -que, depois de ter o mandato cassado em 2015, por quebra de decoro parlamentar, fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público (MP).
Na delação, Basegio teria citado Regina Becker (Rede), Juliano Roso (PCdoB), Enio Bacci (PDT), Gilberto Capoani (PMDB), Álvaro Boessio (PMDB) - os quatro últimos eram membros da Comissão de Ética que cassou o ex-deputado.
As acusações de Basegio tratam de dois tipos de fraude (as mesmas que o levaram a ser caçado): superfaturamento nas viagens com veículos oficiais e contratação de funcionários-fantasmas.
No caso de Regina, acusa a deputada de praticar nepotismo cruzado na época em que o seu marido, José Fortunati (PSB), era prefeito de Porto Alegre (ela indicaria cargos comissionados para a prefeitura, e Fortunati para o gabinete dela na Assembleia).
Durante a sessão de ontem, depois de dizer que estava com a consciência tranquila, Capoani afirmou que a “ação (delação) é direcionada aos deputados da Comissão de Ética que votaram pela sua cassação (de Basegio)”.
Rosose colocou à disposição do MP para quaisquer esclarecimentos. Também classificou a denúncia como “vazia e vingativa”. Bacci considerou inaceitável citação do seu nome. Regina negou que tenha praticado qualquer irregularidade.
No mês passado, quando os parlamentares ficaram sabendo que Basegio tinha delatado ex-colegas, o presidente da Assembleia, Marlon Santos (PDT), criticou o parlamentar cassado. Os nomes citados ainda não tinham vindo à tona.
“Penso que Basegio perdeu muito tempo de fazer um belo serviço para a comunidade gaúcha, sabedor ele de que tinha tanta sujeira, como ele afirma. Por que não o fez no foro adequado, que é a própria Comissão de Ética?”, questionou Marlon. Na mesma época, Roso disse que o objetivo de Basegio era prejudicar os parlamentares que iam tentar a reeleição ou outro cargo nas eleições de 2018.