Às vésperas do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, pediu ontem “serenidade para romper o quadro de violência”. Em pronunciamento oficial feito pela TV Justiça, ela disse que o Brasil vive tempos de “intolerância” e “intransigência contra pessoas e instituições”.
A manifestação marca mais uma reação da ministra frente às fortes pressões que a Corte vem sofrendo para rediscutir a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância.
“Vivemos tempos de intolerância e de intransigência contra pessoas e instituições. Por isso mesmo, este é um tempo em que se há de pedir serenidade. Serenidade para que as diferenças ideológicas não sejam fonte de desordem social. Serenidade para se romper com o quadro de violência. Violência não é justiça. Violência é vingança e incivilidade”, afirmou a presidente do Supremo.
Atípico, o gesto da presidente do STF de fazer o pronunciamento foi uma tentativa de acalmar os ânimos em meio a ascensão de manifestações em torno do julgamento de amanhã.
Seu gesto também foi visto como uma forma de tentar contrapor a repercussão negativa do adiamento da conclusão do julgamento, interrompido no dia 22 de março por compromissos de ministros e do feriado de Páscoa. Naquele dia, o STF concedeu a liminar que afasta a possibilidade de prisão do petista.