O Ministério Público da Venezuela acusou, nesta quinta-feira, cinco policiais do estado de Carabobo pela morte de 68 pessoas em um incêndio em uma prisão em Valencia, a 167 quilômetros de Caracas. O subdiretor da polícia, José Luis Rodríguez, e os agentes José Antonio Loaiza, Aníbal Padrón, José Colina e Sergio Rodríguez estão presos. As imputações foram anunciadas em audiência na noite de terça-feira.
Os dois primeiros responderão por homicídio com dolo eventual e omissão de socorro. Eles ainda são processados por permitirem armas e munição na cadeia e por corrupção passiva, assim como os três últimos.
Segundo os promotores, os policiais cobravam dinheiro dos presos para liberarem o pernoite de mulheres na cadeia e outras violações - entre os mortos havia duas mulheres que estavam no local fora do horário de visitas.
O incêndio começou por volta das 4h. Segundo a ONG Uma Janela para a Liberdade, que monitora prisões do país, os detentos atearam fogo em colchões durante uma rebelião, na qual haviam rendido um dos carcereiros.
A entidade afirma que os policiais se negaram a abrir as celas para que os detentos fugissem, e, por isso, bombeiros tiveram que abrir um buraco no prédio para resgatá-los. A maioria das vítimas morreu carbonizada.