Manifestantes ligados à Via Campesina, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), iniciaram nesta terça-feira (17) uma mobilização na região Sul do Estado. Eles cobram do governo gaúcho uma solução para a estiagem que atinge 24 municípios na região.
Desde o início da manhã, os trabalhadores se concentravam no Trevo do Atacadão do Povo, que dá acesso à cidade de Canguçu, na ERS-265. De lá, o grupo deu início a uma marcha pela cidade em direção à BR-392. Conforme a Via Campesina, mais de 2 mil pessoas devem participar das mobilizações, que não têm data para serem encerradas. Para o MST, as ações fazem parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária.
Os trabalhadores também pedem pela retornada da Reforma Agrária, a continuidade da execução do Programa Camponês e a realização de eleição direta este ano.
De acordo com nota do MST, a estiagem que atinge especialmente as regiões da Campanha, Fronteira Oeste e Sul, tem prejudicado o desenvolvimento de cadeias produtivas dos pequenos agricultores e assentados da Reforma Agrária. Segundo o dirigente nacional do movimento, Ildo Pereira, a produção de leite teve cerca de 70% de perda e muitas famílias desistiram da atividade. O cultivo de hortifrutigranjeiros também registrou prejuízos, e a falta de chuva por mais de três meses deixou seco 90% dos açudes pequenos.
Protestos de trabalhadores ligados ao MST também ocorrem em outras cidades do Estados. Um grupo de ao menos 150 manifestantes bloqueou trecho da BR-293, em Candiota, também na região Sul.
Manifestantes queimaram pneus e bloquearam estrada em Candiota. Foto Talia Josiane Machado/Divulgação/JC
Eles queimaram pneus na pista, interrompendo o trânsito na local. Entre as reivindicações, os manifestantes pedem, ainda, pela liberdade do ex-presidente Lula, preso na semana passada. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, há congestionamento nos dois sentidos entre Candiota e Bagé.