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Geral

- Publicada em 02 de Abril de 2018 às 22:18

Profundidade de terremoto na Bolívia causou reflexo em cidades brasileiras

Suzy Scarton
Por volta das 11h de ontem, moradores de Passo Fundo, na Região Norte do Estado, foram surpreendidos por tremores que sacudiram prédios. O abalo, que durou cerca de 30 segundos, foi percebido, especialmente, nos andares mais altos dos edifícios. O motivo do tremor, que também foi sentido nas cidades de São Paulo e Brasília, e em municípios do Paraná e de Minas Gerais, foi um terremoto na Bolívia de magnitude 6,8 na escala Richter. Os tremores foram confirmados pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB). Embora prédios tenham sido evacuados e moradores tenham ficado assustados, o terremoto não causou desabamentos nem deixou feridos.
Por volta das 11h de ontem, moradores de Passo Fundo, na Região Norte do Estado, foram surpreendidos por tremores que sacudiram prédios. O abalo, que durou cerca de 30 segundos, foi percebido, especialmente, nos andares mais altos dos edifícios. O motivo do tremor, que também foi sentido nas cidades de São Paulo e Brasília, e em municípios do Paraná e de Minas Gerais, foi um terremoto na Bolívia de magnitude 6,8 na escala Richter. Os tremores foram confirmados pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB). Embora prédios tenham sido evacuados e moradores tenham ficado assustados, o terremoto não causou desabamentos nem deixou feridos.
O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) aponta que o sismo na Bolívia ocorreu por volta das 9h40min, a uma profundidade de 555 quilômetros, próximo à cidade de Carandayti, na província de Luis Calvo de Chuquisaca. Além de cidades do Brasil, do Peru e do Chile - que também foram atingidas por reflexos do terremoto -, os tremores foram sentidos em La Paz, Cochabamba e Tarija, e não há registros de desabamentos ou vítimas.
O geólogo e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) Adolpho Augustin acredita que a profundidade do terremoto tenha causado o reflexo em territórios fora da Bolívia. "Quem sentiu estava no alto, nos últimos andares de prédios, que são como pêndulos invertidos - mesmo que o movimento no solo seja leve, na outra ponta, no alto, se sente muito mais, fica amplificado", explica.
O técnico em sismologia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), José Roberto Barbosa, conta que essa não é a primeira vez que um terremoto em país vizinho é sentido em território nacional. "Desde 1941, quando começamos a registrar, isso já aconteceu cerca de 40 ou 50 vezes. Em terremotos dessa profundidade, a velocidade das ondas é maior, e as ondas devem ter encontrado algum refletor que as enviaram à superfície", resume Barbosa. Quando encontram materiais menos densos, as ondas ganham volume. Se há prédios fincados nesse tipo de material, a estrutura pode balançar. "É algo bem simples, embora não seja tão corriqueiro. Também não causa problemas materiais no edifício, mas assusta as pessoas", comenta.
Não há, no entanto, necessidade de preocupação com novos tremores, mesmo que a Bolívia ainda testemunhe abalos menores em razão do primeiro tremor. "É preciso que ocorra um conjunto de fatores para que um terremoto seja percebido aqui no Brasil. Pode estar acontecendo um pequeno tremor lá na Bolívia agora, mas que vai ficar por lá", afirma Barbosa.
No mundo, ocorrem entre 15 e 20 terremotos dessa proporção a cada ano. De acordo com Augustin, se o choque entre placas ocorrer próximo à superfície e em cidades povoadas, os danos podem ser extensos. Se o terremoto for mais profundo, no entanto, a tendência é de que não haja transtornos à população.
O professor Lucas Vieira, do Observatório Sismológico da UnB, explica que os terremotos na Bolívia têm sempre a mesma explicação. "Todos resultam do contato da placa de Nazca com a Sul-Americana. Eventualmente, uma desliza sobre a outra, e isso gera o tremor", esclarece.
 
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