O dólar à vista iniciou a sessão de ontem em forte alta, acompanhando o comportamento da T-Note de 10 anos, ao redor dos 3%. Após bater a máxima de R$ 3,5155 ( 1,29%) pela manhã, a moeda subiu durante a maior parte do pregão, mas desacelerou na meia hora final, para fechar em alta de 0,45%, a R$ 3,4861. Os negócios somaram US$ 1,3 bilhão.
Mais uma vez, o pregão foi de alta forte do dólar em relação a várias moedas emergentes, diante da aversão a risco maior, com preocupações em relação a um contencioso comercial entre Estados Unidos e China, o que gera preocupações com o futuro das exportações globais; e dos dados da economia americana que apontam para uma atividade mais forte, como aumento do otimismo da população, que gera aumento do consumo, que pode afetar a inflação e já a elevação dos juros por lá.
A moeda dos EUA fechou no maior patamar desde 6 de junho de 2016, quando alcançou R$ 3,4913. Nessa época, o dólar começou a recuar porque o mercado ainda avaliava que o governo Temer teria força política para aprovar o ajuste fiscal e o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) sinalizava que os juros americanos não subiriam no curto prazo.
A bolsa conseguiu defender os 85 mil pontos em um dia dominado pela cautela nos mercados acionários globais. A sessão de negócios ontem abriu pesada com as atenções dos investidores voltadas para a alta dos títulos do governo dos Estados Unidos movida pela perspectiva de maior aperto monetário e em meio a um cenário de indefinição política que segue. Na primeira etapa do pregão, o Ibovespa chegou a recuar mais de 1%, indo para a marca dos 84.348 pontos, na mínima do dia, mas amenizou a trajetória de desvalorização com a virada de mão de Nova Iorque na parte da tarde. O índice à vista encerrou em baixa de 0,50%, aos 85.044 pontos.
A desvalorização do real, que levou o dólar hoje a R$ 3,51 na cotação intraday, também representa um ponto de bastante influência para o andamento dos negócios no mercado acionário brasileiro. Se por um lado a alta da divisa americana representa as incertezas externas e internas, por outro, deixa os ativos negociados em bolsa mais atrativos para os investidores estrangeiros.