A companhia aérea Latam Airlines teve que cancelar e reprogramar 620 voos em razão de uma greve convocada pelo Sindicato dos Tripulantes de Cabine, no Chile, nesta terça-feira (10), conforme informou a vice-presidente de área de clientes da subsidiária chilena, Claudia Sender. "Registramos o cancelamento e a reprogramação de mais de 620 voos, o que envolveu muitos passageiros; lamentamos o impacto que a mudança de itinerário possa ter tido em suas vidas", disse Sender à imprensa.
Ela afirmou ainda que, na semana passada, "quando percebemos que potencialmente não chegaríamos a um acordo antes dos bons ofícios, nos antecipamos e reprogramamos os 620 voos". "Até o dia de hoje, temos mais de 85% dos passageiros com suas viagens solucionadas", explicou Sender, sem especificar o número de passageiros atingidos.
O Sindicato dos Tripulantes de Cabine, que inclui cerca de mil trabalhadores da Latam Airlines, está em greve por várias ações trabalhistas. A organização sindical solicita a não precariedade da carreira, uma jornada máxima de trabalho de seis dias úteis, com intervalos mínimos de quatro dias, além de contratos com vigência mínima de dois anos.
"Após a última reunião com a empresa, não foi trazida nenhuma nova proposta, e a empresa não estava disposta a estender a mediação para continuar negociando", disse o sindicato em comunicado. A empresa, por sua vez, sustenta que os pedidos dos trabalhadores são excessivos.
Segundo ela, "a empresa já concordou com uma redução de 30% dessa jornada, fazendo com que a tripulação voe até sete dias, com quatro dias de descanso". Sender argumentou que no maior mercado da América Latina, o Brasil, "a tripulação voa seis dias com um dia de folga", então o que a equipe pede para o mercado chileno "não existe em nenhum lugar do mundo". Ela lembrou ainda que no maior mercado do mundo, os Estados Unidos, a tripulação voa sete dias seguidos com 1,3 dia de descanso.
A Latam, a maior empresa de transporte aéreo da região, é resultado da fusão entre a LAN chilena e a TAM brasileira, ocorrida em 2007, possuindo unidades operacionais na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru. grande ponto de discussão é sobre os dias de descanso. Hoje, pelos regulamentos da Direção Geral da Aeronáutica Civil (DGAC) no Chile, a tripulação pode voar até 10 dias com quatro dias de folga", disse Sender.