O governo espera realizar em agosto um leilão extraordinário de petróleo, a 5.ª rodada do pré-sal. Serão oferecidas às petroleiras as duas áreas que ficaram de fora, por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), do último leilão, realizado na semana passada. Uma terceira área deve ser excluída da licitação marcada para junho e também fará parte da rodada extra, segundo o secretário especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Adalberto Santos de Vasconcelos.
Além dos blocos S-M-534 e S-M-645, o leilão de agosto contará com a área de Saturno, que se encontra na mesma região e originalmente estava incluída na 4.ª rodada do pré-sal. Estudos geológicos identificaram grande possibilidade de os três blocos integrarem um mesmo reservatório de petróleo, que pode abranger tanto a camada de pós-sal quanto a de pré-sal da Bacia de Santos, embora não estejam localizados nos limites do "polígono do pré-sal".
A expectativa também é alta com a venda de blocos da 4.ª rodada, marcada para 7 de junho, cujo pagamento é feito por bônus de assinatura fixo, geralmente alto, e parte do petróleo que será produzido.
Os cálculos sobre o potencial de arrecadação do leilão extra de agosto - que precisa passar pela avaliação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e ser qualificado no PPI - não foram concluídos. Inicialmente, estimava-se que as duas áreas do pós-sal retiradas do leilão de concessão rendessem R$ 3,5 bilhões. Eram as mais valorizadas do certame.
Em 2013, quando licitou o gigantesco prospecto de Libra - que se espalha por extensa área no pré-sal da Bacia de Santos -, o governo arrecadou R$ 15 bilhões em bônus, que foram incorporados ao resultado fiscal da União. Seguindo o regime de partilha, o leilão teve a participação de um único consórcio (Petrobrás, as chinesas CNOOC e CNPC, a francesa Total e anglo-holandesa Shell) que arrematou a área com proposta de pagamento de 41,65% do lucro em óleo para a União.
Vasconcelos lembra que a exploração de petróleo no pré-sal é cara e o Brasil assumiu compromisso de reduzir o consumo de combustíveis fósseis a partir de 2025. "Se não usarmos essa riqueza do pré-sal agora, ela vai ficar afundada." Ele explicou que, idealmente, os custos fixos da exploração do pré-sal precisarão estar amortizados até lá.