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Economia

- Publicada em 03 de Abril de 2018 às 22:33

Cidades gaúchas dependem de indústrias com risco ambiental

Guilherme Daroit
Praticamente metade dos municípios gaúchos - 48,69%, para ser mais exato - depende, em suas economias, de indústrias com alto potencial poluidor. O estudo da Fundação de Economia e Estatística (FEE), que engloba os anos de 2002 a 2015, mostra ainda que a parcela aumentou no período, já que era de 45,27% no início da série. Na outra ponta, a porção de cidades com baixo potencial poluidor na indústria é muito menor, e se manteve constante em torno de 5% durante o período.
Praticamente metade dos municípios gaúchos - 48,69%, para ser mais exato - depende, em suas economias, de indústrias com alto potencial poluidor. O estudo da Fundação de Economia e Estatística (FEE), que engloba os anos de 2002 a 2015, mostra ainda que a parcela aumentou no período, já que era de 45,27% no início da série. Na outra ponta, a porção de cidades com baixo potencial poluidor na indústria é muito menor, e se manteve constante em torno de 5% durante o período.
Os dados são frutos da construção de dois indicadores pela FEE, o Índice de Dependência do Potencial Poluidor da Indústria (Indapp-I) e o Índice de Potencial Poluidor da Indústria (Inpp-I), remodelados nos últimos meses e divulgados ontem pela entidade. A pesquisadora em economia da FEE, Cristina dos Reis Martins, ressalta que não é medida a poluição efetiva, mas sim, como os nomes dos indicadores já mostram, o potencial poluidor das indústrias extrativas e de transformação.
"Avalia-se o risco ambiental. As indústrias têm medidas de prevenção no cotidiano, mas a chance de um desastre sempre existe", comenta, citando o exemplo do rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG). A classificação de potencial poluidor das atividades industriais segue a utilizada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) na análise do licenciamento ambiental.
No Indapp-I, o que se analisa, segundo Cristina, é a dependência que cada município sofre de indústrias com alto potencial poluidor. Nessa ótica, em 2015, o Rio Grande do Sul obteve um índice de 0,855, um crescimento acumulado de 3,66% nos 13 anos avaliados, considerado "razoável" pela pesquisadora. A listagem pode ser utilizada, segundo Cristina, na elaboração de políticas para alocação industrial, por exemplo, levando em conta o risco de um novo projeto em relação ao potencial poluidor já instalado na região. "Isso pode ajudar a analisar se os benefícios trazidos à localidade valem a pena em relação aos riscos, que é o dilema do licenciamento", argumenta a pesquisadora.
Já o outro indicador, o Inpp-I, leva em conta, além da base industrial, também o volume de produção de cada cidade, estimando, portanto, a participação dos municípios e regiões no total do Estado. Nessa base, o índice geral do Rio Grande do Sul atingiu 92,978 em 2015, um crescimento acumulado de 5,36% em relação a 2002. Além disso, o que se viu, segundo a pesquisadora da FEE, foi uma concentração do risco.
Nesse período, os 10 municípios com maiores índices totalizavam 59,5% do Inpp-I do Estado, contra 56,8% em 2002. Quando o recorte é ainda mais restrito, em apenas os cinco maiores, a parcela passou de 42,75% para 47,90%, ou seja, quase metade do índice total gaúcho. A maior participação no potencial poluidor vem das regiões Metropolitana e da Serra.
A liderança do ranking, durante toda a série histórica, coube a Canoas, na Região Metropolitana, cujo Inpp-I em 2015, de 17,112, era praticamente o dobro do segundo colocado, Triunfo, também na região da Capital, com 9,327. Os municípios, assim todos os que integram o topo da lista, possuem, em seus limites, indústrias pesadas, de setores como o metalmecânico - e, no caso específico das duas primeiras, ligadas aos derivados de petróleo. Todos os dados, com mapas e tabelas dinâmicas podem ser acessados no site da FEE, em uma ferramenta chamada InppVis, também lançada ontem.
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