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Economia

- Publicada em 02 de Abril de 2018 às 22:06

Crise entre China e EUA gera riscos para o Brasil

Exportadores de suínos seriam beneficiados com sobretaxas chinesas

Exportadores de suínos seriam beneficiados com sobretaxas chinesas


KÁTIA MARCON/KÁTIA MARCON/EMATER/DIVULGAÇÃO/JC
Thiago Copetti
A sobretaxa chinesa a 128 produtos norte-americanos, anunciada nesta semana, pode representar ganhos de venda para a carne suína brasileira (um dos itens da pauta). Os danos dessa guerra comercial incipiente entre os gigantes norte-americano e asiático, porém, podem ter efeitos mais amplos e até mesmo reflexos nefastos para o Brasil. Enquanto a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) avalia que os embarques brasileiros de carne suína podem ser beneficiados com a possível elevação da tarifa de importação da China aos Estados Unidos, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) acredita que o aprofundamento da crise entre China e EUA tende a reduzir o comércio internacional como um todo e ampliar medidas protecionistas em diferentes continentes.
A sobretaxa chinesa a 128 produtos norte-americanos, anunciada nesta semana, pode representar ganhos de venda para a carne suína brasileira (um dos itens da pauta). Os danos dessa guerra comercial incipiente entre os gigantes norte-americano e asiático, porém, podem ter efeitos mais amplos e até mesmo reflexos nefastos para o Brasil. Enquanto a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) avalia que os embarques brasileiros de carne suína podem ser beneficiados com a possível elevação da tarifa de importação da China aos Estados Unidos, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) acredita que o aprofundamento da crise entre China e EUA tende a reduzir o comércio internacional como um todo e ampliar medidas protecionistas em diferentes continentes.
Francisco Turra, presidente da ABPA, estima que o possível aumento para 25% no imposto sobre produtos suínos norte-americanos no mercado chinês pode acelerar um movimento de ampliação das compras no Brasil. De acordo com a ABPA, os importadores asiáticos já vinham incrementando suas compras por aqui desde janeiro. A barreira tarifária sobre o produto norte-americano vem logo após o país asiático assumir a liderança entre os maiores compradores de carne suína do Brasil, importando 11,959 mil toneladas no mês de fevereiro (o equivalente a 28,4% do total). No bimestre de 2018, a alta acumulada chega a 140%, com 25,5 mil toneladas embarcadas.
Em 2017, ainda segundo a ABPA, os Estados Unidos exportaram para a China o equivalente a 275 mil toneladas de carne suína in natura, gerando receita de US$ 488 milhões. No mesmo período, o Brasil embarcou 48,9 mil toneladas para o território chinês, com receita de US$ 100,6 milhões.
Na contramão do otimismo dos produtores de suínos está a preocupação do presidente AEB, José Augusto de Castro. Apesar de considerar que a medida chinesa é apenas uma forma de "mostrar as garras", e não um ataque real ao poderio norte-americano, Castro ressalta que os movimentos recentes dos dois países poderão levar outras nações e blocos, como a União Europeia, e adotarem também ações de proteção de seus mercados. "Neste caso, haveria uma queda geral do comércio global e, assim, os preços das commodities tendem a cair. Isso afetaria o Brasil", alerta Castro.
O presidente da AEB, no entanto, avalia que o anúncio de sobretaxa mexe em um mercado muito pequeno (cerca de US$ 3 bilhões) frente ao somatório das transações totais chinesas com os Estados Unidos (mais de US$ 3 trilhões). Por isso, Castro considera que o anúncio tem principalmente um caráter de atender à necessidade institucional da China de reagir às restrições ao aço e alumínio chinês anunciadas por Donald Trump no mês passado. A forma como as negociações entre os dois países vão se comportar daqui para frente é que ditará os rumos dos negócios internacionais, destaca o executivo.
 
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