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Porto Alegre, domingo, 01 de abril de 2018.

Jornal do Com�rcio

Economia

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Not�cia da edi��o impressa de 02/04/2018. Alterada em 01/04 �s 20h34min

Brasil perderia R$ 1,1 bilh�o com taxa ao a�o, aponta estudo do Ipea

A aplicação pelos norte-americanos de uma sobretaxa ao aço importado do Brasil afetaria pelo menos 13% das vendas externas do insumo brasileiro e causaria perdas de US$ 350 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) em relação ao volume exportado em 2017. Os dados são de estudo inédito do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada).
A medida anunciada pelo presidente Donald Trump levaria ainda a uma queda de 1,2% no nível de atividade no setor brasileiro e afetaria em especial a produção do aço semimanufaturado - as chapas usadas pela indústria automotiva, por exemplo.
O estudo considera os efeitos integrais da medida anunciada pelos EUA no início de março, que determina tarifa de 25% sobre as importações norte-americanas do produto.
Após divulgar a medida, o governo Trump suspendeu seus efeitos até 30 de abril para negociações com um grupo de países, entre os quais o Brasil. Hoje a taxa é de 0,9%.
Além do Brasil, os mais afetados são Japão, China e países da União Europeia, como a Alemanha. Canadá e México ficaram livres e a Coreia do Sul caminha para chegar a um acordo com os EUA.
Para calcular o impacto da sobretaxa para o Brasil, o autor da nota técnica e coordenador de Relações Econômicas Internacionais do Ipea, Fernando Ribeiro, levou em conta não apenas o total de aço exportado pelo Brasil aos norte-americanos, mas também o quanto essas vendas representam na produção doméstica, além do mix de produtos exportados.
As exportações de aço do Brasil aos norte-americanos somaram US$ 2,63 bilhões em 2017. O valor representou 33% de todo o aço exportado pelo Brasil no mesmo ano.
O pico das vendas aos norte-americanos, no entanto, foi registrado em 2014. Naquele ano, US$ 2,98 bilhões foram vendidos aos EUA, ou 44% das vendas totais do produto.
No valor da produção doméstica, diz Ribeiro, as exportações de aço para os EUA tinham participação de quase 10%. Como medida de comparação, toda a exportação de aço brasileira corresponde a 22% da produção local do produto.
Outro ponto destacado pelo estudo se refere ao mix de produtos exportados pelo Brasil. A medida norte-americana afeta laminados planos, barras, fios e perfis, tubos, semimanufaturados e aço inoxidável. Os semimanufaturados têm destaque absoluto em tudo aquilo que vai para os americanos.
Do total vendido pelo Brasil para os EUA, 70% são de aço semimanufaturado, usado em especial pela indústria automotiva. Nas vendas externas totais de aço, essa fatia é um pouco menor (50%).
Concretizada a sobretaxa anunciada pelos EUA, diz Ribeiro, a medida pode ter um impacto significativo sobretudo nas indústrias locais produtoras de semimanufaturados de aço.
O efeito da sobretaxa norte-americana sobre as exportações brasileiras poderia, no entanto, ser duas vezes maior.
Isso ocorreria num cenário de estresse, no qual outros países relevantes para as importações de aço norte-americanas conseguiriam, via acordos bilaterais, ficar de fora das medidas.
Único atingido, o Brasil perderia mercado para os outros concorrentes, como Japão e Alemanha - além de Canadá e México, hoje já excluídos da sobretaxa.
Nesse caso, a queda das exportações do setor de aço brasileiro poderia chegar a 26% ou o equivalente a US$ 700 milhões (R$ 2,3 bilhões), tendo como base o que foi exportado em 2017, diz Ribeiro. Já a atividade industrial no setor teria queda de 2,6%.
 

Melhor op��o � acordo conjunto com outros pa�ses, diz pesquisador do Ipea

Em meio � decis�o do governo norte-americano de elevar as tarifas do a�o, a melhor op��o para o Brasil seria aderir � negocia��o conjunta com outros pa�ses, ainda que fora dos dom�nios da OMC (Organiza��o Mundial do Com�rcio). Para Fernando Ribeiro, pesquisador do Ipea, a estrat�gia norte-americana � enfraquecer a OMC, for�ando acordos bilaterais.
Por isso, o governo suspendeu a sobretaxa de 25% at� o dia 30 de abril para alguns pa�ses como o Brasil.
O Brasil vai ter de fazer concess�es, a mais �bvia no setor de etanol. Mas uma abertura maior do setor automotivo n�o estaria exclu�da. "A OMC n�o � op��o no momento. A China � o principal alvo, mas a estrat�gia � mais ampla", diz Ribeiro, que antev� chances de guerra comercial global.
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