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Cultura

- Publicada em 13 de Abril de 2018 às 09:01

Teresa Cristina apresenta show com repertório de Noel Rosa em Porto Alegre

Artista carioca traz à capital o espetáculo Teresa Cristina canta Noel: batuque é um privilégio

Artista carioca traz à capital o espetáculo Teresa Cristina canta Noel: batuque é um privilégio


FERNANDO YOUNG/DIVULGAÇÃO/JC
Ricardo Gruner
"O samba é uma voz ancestral de lamento, contestação e luta", avisa a cantora e compositora Teresa Cristina, que volta a se apresentar em Porto Alegre neste fim de semana. A artista traz à capital gaúcha o espetáculo Teresa Cristina canta Noel: batuque é um privilégio, baseado no recém-lançado disco em que ela interpreta repertório de Noel Rosa. "Gosto muito de cantar 'Seja breve' para esse presidente que está aí", antecipa a carioca, a qual sobe ao palco acompanhada por Carlinhos Sete Cordas.
"O samba é uma voz ancestral de lamento, contestação e luta", avisa a cantora e compositora Teresa Cristina, que volta a se apresentar em Porto Alegre neste fim de semana. A artista traz à capital gaúcha o espetáculo Teresa Cristina canta Noel: batuque é um privilégio, baseado no recém-lançado disco em que ela interpreta repertório de Noel Rosa. "Gosto muito de cantar 'Seja breve' para esse presidente que está aí", antecipa a carioca, a qual sobe ao palco acompanhada por Carlinhos Sete Cordas.
Com ingressos entre R$ 80,00 e R$ 160,00, o evento acontece no domingo (15), a partir das 20h, no Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80). As entradas podem ser garantidas na bilheteria local ou pelo site Uhuu.
O álbum é o segundo de uma trilogia. Teresa Cristina já havia lançado um trabalho dedicado a Cartola, com repercussão internacional, em uma turnê apadrinhada por Caetano Veloso - que assina o novo álbum como diretor musical. Então veio a ideia de continuar com homenagens a medalhões do samba. O terceiro e último nome a ser celebrado é Nelson Cavaquinho, mas ainda não há previsão de lançamento.
Se a estreia do trio de discos trazia obras com as quais a sambista já havia intimidade, para gravar Rosa foi uma realizada uma pesquisa. "É uma das coisas que mais gosto de fazer: adoro estudar as gravações, como a música foi feita, quem gravou, em que ano. Essa seleção foi feita assim. Depois foi pelo coração", sintetiza, a respeito de uma lista que inclui Feitiço de oração, Filosofia e Conversa de botequim, entre outras.
De acordo com a carioca, a produção de Cartola contempla uma melancolia com a qual ela sempre se sentiu à vontade para cantar. Para entoar Noel Rosa, a pegada é outra: o músico quebrou uma barreira ao falar com o ouvinte, incluindo deboche, ironia e sarcasmo. "Isso também existe em mim", destaca, citando também que o compositor possuía uma visão futurista.
Em O X do problema, por exemplo, o músico deu voz a uma mulher cantando que nasceu no Estácio, educada na roda de bamba e diplomada na escola de samba. "Demorou muito para uma mulher bater no peito e dizer que é sambista. No tempo do Noel, era complicado para o homem dizer que era sambista, por ser considerado coisa de vagabundo. Para uma mulher, então...", contextualiza Teresa Cristina, caracterizando a letra como moderna e importante.
A artista fez uma pausa no seu trabalho autoral para dedicar-se ao projeto em homenagem aos ícones, mas possui um novo disco praticamente pronto, em modo de espera. As compositoras clássicas de samba, aliás, são um assunto de seu interesse. "Temos que botar nosso bloco na rua", resume ela. "Eu fico pensando no tempo da Dona Ivone. Será que não havia outras compositoras de samba? Será que essas vozes eram sufocadas? Como isso acontecia? Isso não é muito falado."
Por outro lado, a cantora celebra um resgate do samba-enredo político no Carnaval deste ano, evento que ela considera muito sério. "O samba nasceu disso, o Carnaval nasceu disso, de uma contestação. Todo deboche que nós vemos ali é oriundo de uma contestação social", lembra a artista, salientando que essa essência ficou esquecida em meio a todo o luxo e dinheiro em torno das escolas e do sambódromo.
Nesse ano, a artista desfilou pela Mangueira, mas vestida de Portela, a convite. Mas ela ainda cita outra agremiação para elogiar o momento. "Escola de samba não é chapa branca, não precisa ficar só cantando as belezas do mundo. Tem muito assunto para se falar. Dentro da contestação há muita beleza. Olha o samba da Tuiuti", finaliza.
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