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Cultura

- Publicada em 06 de Abril de 2018 às 02:22

Peça com Mateus Solano e Miguel Thiré tem apresentações neste final de semana em Porto Alegre

Espetáculo protagonizado por dupla de atores discute excessos da internet no cotidiano

Espetáculo protagonizado por dupla de atores discute excessos da internet no cotidiano


VITOR ZORZAL/DIVULGAÇÃO/JC
Luiza Fritzen
Repetindo a parceria que começou em 2007 na comédia Dois para viagem, Mateus Solano e Miguel Thiré voltam a atuar juntos na peça Selfie, com apresentações neste fim de semana em Porto Alegre. O espetáculo pode ser assistido em três sessões: sábado, às 21h, e domingo, às 18h e às 20h, no Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80). Os ingressos custam de R$ 30,00 a R$ 120,00.
Repetindo a parceria que começou em 2007 na comédia Dois para viagem, Mateus Solano e Miguel Thiré voltam a atuar juntos na peça Selfie, com apresentações neste fim de semana em Porto Alegre. O espetáculo pode ser assistido em três sessões: sábado, às 21h, e domingo, às 18h e às 20h, no Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80). Os ingressos custam de R$ 30,00 a R$ 120,00.
Eleito a palavra do ano em 2013, o verbete selfie é um neologismo com origem no termo self-portrait que significa autorretrato. A palavra ficou popularmente conhecida pelas fotos que são tiradas com a câmera frontal do celular e posteriormente publicadas nas redes sociais.
O hábito, que se tornou viral, somado ao costume das pessoas de registrarem on-line cada passo do seu dia a dia, foi o que instigou Mateus Solano e Miguel Thiré a iniciarem o projeto. Para isso, a dupla entrou em contato com o produtor Carlos Grun e convidou Marcos Caruso para dirigir uma comédia ágil e dinâmica. O time ficou completo com a escalação da roteirista Daniela Ocampo, conhecida por comédias com Leandro Hassum, Fernando Caruso, Gregório Duvivier e, mais recentemente, pelo televisivo Tá no ar.
A partir da temática contemporânea, a peça propõe, de forma cômica, reflexões sobre os valores sociais e morais presentes nos novos meios de comunicação. A encenação busca, também, trazer para o debate como a tecnologia interfere em nossas relações, no jeito como nos comunicamos e o que buscamos com a excessiva autoexposição on-line.
Daniela conta que sua principal preocupação ao escrever a peça era de transmitir a mensagem de não culpabilidade da internet nas falhas de comunicação interpessoais. "O superuso ou o mau uso da internet é culpa humana." Segundo ela, "a gente tem que avaliar o nosso tempo, a nossa qualidade, o nosso objetivo com essas ferramentas, elas podem ser muito boas e a gente as usa de uma maneira errada e as culpa por isso".
Na trama, Claudio, interpretado por Mateus Solano, é um homem superconectado que armazena toda a sua vida em computadores, redes sociais e nuvens. Empenhado no projeto de criar um sistema único para armazenar todos os dados de uma pessoa, ele vê o sonho ir água abaixo quando seu equipamento estraga e ele perde todos os dados.
A partir do incidente, Claudio se torna um homem que não tem passado, afinal, toda sua memória era virtual e agora ele não lembra de nada. Em busca de recuperar as lembranças perdidas, ele precisa da ajuda de pessoas do seu dia a dia para conseguir reconstituir sua própria história.
O roteiro foi montado de forma coletiva a partir dos diferentes pontos de vista sobre o uso da internet, como a própria experiência de Solano. "O Mateus Solano foi o mais invadido por todo mundo querer uma foto com ele a cada momento, aí entra a questão da invasão de privacidade", comenta a roteirista. A partir desta premissa, Miguel Thiré passeia por 11 personagens - entre eles, o Paulista, a mulher do bar e o menino.
Sobre o hábito de permanecer conectado e registrando a vida a cada minuto, tão comum, Daniela afirma que não vê diferença em quem não consegue sair da frente da tela de um celular para quem não consegue largar um copo de bebida. Ela se considera uma felizarda por usar as ferramentas e aplicativos a seu favor, e destaca a necessidade de se afastar, pelo menos um pouco, da conectividade. "Acho importante a gente ter um tempo para olhar de verdade o mundo à nossa volta, desconectar, pensar, ficar um pouco mais analógico. Acho que é possível fazer isso com o celular no bolso."
Com um cenário simples e limpo, a montagem dá destaque às atuações de Solano e Thiré. O palco remete à tecnologia por meio de um chão preto e retangular, com as bordas arredondas que lembram o formato de um tablet. Os figurinos seguem a mesma linha, sem se impor à cena. Após sua estreia, em outubro de 2014, Selfie foi assistido por mais de 250 mil pessoas no Brasil, Estados Unidos e Portugal.
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