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Cultura

- Publicada em 05 de Abril de 2018 às 08:47

Bienal do Mercosul retorna à cidade

Gilberto Schwartsmann destaca que o papel da arte é provocar o debate

Gilberto Schwartsmann destaca que o papel da arte é provocar o debate


/FREDY VIEIRA/JC
A 11ª Bienal do Mercosul, que abre com festa hoje à noite, no Centro de Porto Alegre, mais do que uma megaexposição de arte, traz para o centro das discussões temas atuais, como a liberdade de expressão, o combate ao preconceito e a independência curatorial. As atividades expositivas ocorrerão a partir de amanhã até 3 de junho, em diversos espaços culturais.
A 11ª Bienal do Mercosul, que abre com festa hoje à noite, no Centro de Porto Alegre, mais do que uma megaexposição de arte, traz para o centro das discussões temas atuais, como a liberdade de expressão, o combate ao preconceito e a independência curatorial. As atividades expositivas ocorrerão a partir de amanhã até 3 de junho, em diversos espaços culturais.
"Minhas posição, como presidente da Bienal, é de que devemos não só respeitar como garantir a liberdade de expressão. É a primeira grande mostra após o episódio Queermuseu, e vamos garantir a integridade ela", conta Gilberto Schwartsmann, presidente da Fundação Bienal do Mercosul. "Vamos, também, respeitar minorias que possam se sentir agredidas por algum motivo, com sinalização ou avisos específicos", diz.
De fato, a nova Bienal do Mercosul promete entrelaçar o discurso atual, de livre escolha, com a configuração artística delineada pelo curador-geral, Alfons Hug. "Temos uma temática muito rica e geradora de discussões, que é a formação do povo brasileiro. Tocamos em temas sensíveis, como escravidão, a invisibilidade do negro na cultura, o genocídio dos indígenas, e também a questão de gênero. Por que esse preconceito? Por que temos mulheres e negros em posições inferiores?", provoca Schwartsmann.
Sob o título O Triângulo Atlântico, a Bienal pretende lançar um olhar sobre o triângulo que, há mais de 500 anos, interliga os destinos da América, da África e da Europa. São cerca de 70 artistas e coletivos de artistas, além de ações pontuais realizadas em comunidades remanescentes de quilombos localizados nas cidades de Porto Alegre e Pelotas. Serão utilizados, para tanto, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o Memorial do Rio Grande do Sul, o Santander Cultural, a Praça da Alfândega e a Igreja Nossa Senhora das Dores, todos na Capital gaúcha. Em Pelotas, haverá atividades na Comunidade Quilombola do Areal e na Casa 6.
O projeto curatorial conta com obras e artistas oriundos dos três continentes que compõem o Triângulo Atlântico. Ao tornar estes artistas os protagonistas de uma exploração das relações de tensão cultural e da interdependência contextual dentro desta triangulação, a exposição procura, entre outras questões, analisar quais são as forças inovadoras que mobilizam a interação entre América, África e Europa.
Dando destaque para a arte africana e afro-brasileira - ambas apresentadas com grande densidade - O Triângulo Atlântico se interessa pelos pontos de contato que propiciam o encontro entre as culturas indígena, europeia e africana que formam um novo amálgama americano. "Acredito que teremos uma grande mostra, com força estética, mas com esses componentes que geram reflexão. Precisamos sempre avançar, e não recuar", completa Schwartsmann.
A abertura oficial acontece hoje à noite, a partir das 19h, com uma grande festa na Praça da Alfândega. Será montando um palco entre o Memorial o Margs. No programa, uma apresentação da Orquestra de Câmara Fundarte (com direção artística do maestro Antonio Borges-Cunha) com obras de Edu Lobo, Baden Powell, Villa-Lobos, Chico Buarque, Caetano Veloso, José Miguel Wisnik, Alberto Ginastera, George Bizet, Astor Piazzolla e Vitor Ramil.
Como instrumentistas estarão Jorginho do Trompete, Artur Elias (flautista), Thiago Colombo (violonista) e Olinda Allessandrini (pianista), acompanhando os cantores solistas Glau Barros, Dudu Sperb e Anaadi, Angela Diehl, Vitor Ramil e o Coral Viva La Vida.
Ainda estão previstas outras atividades, como o grupo Máscara em cena, de máscaras expressivas, com direção de Liane Venturella; a Cia. Rústica de Teatro, com direção de Patrícia Fagundes; a performance de dança contemporânea Terceiro G., com direção de Renata de Lélis e os bailarinos Viviane Lencina, Emily Chagas e Daniel Aires. O público ainda irá apreciar a leitura de textos clássicos, interpretados por Zé Adão Barbosa.
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