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Porto Alegre, quinta-feira, 19 de abril de 2018.

Jornal do Com�rcio

Colunas

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Jaime Cimenti

Livros

Not�cia da edi��o impressa de 20/04/2018. Alterada em 19/04 �s 17h23min

Dyon�lio Machado, o in�cio

Dyonélio Machado (1895-1985), médico psiquiatra, escritor famoso, político importante, presidiário comunista, entre outras atividades, foi figura essencial na história do Rio Grande do Sul do século XX. Autor do clássico e premiado romance Os ratos, de 1935, e do romance O louco do Cati, de 1942, entre tantas obras, Dyonélio foi amigo de Erico Verissimo, que disse: "Quem começou a ficção urbana no Rio Grande do Sul foi Dyonélio, com o livro de contos O pobre homem".
Um pobre homem (284 páginas, Siglaviva), edição comemorativa de 90 anos do livro de contos da estreia literária de Dyonélio, lançado há pouco, marca importante registro histórico e literário; e proporciona aos leitores mais jovens o contato com uma vida e uma obra que não podem jamais serem esquecidas.
O volume tem texto de introdução de Andréa Soler Machado, neta do escritor; prefácio para a segunda edição do livro do autor; e interessante posfácio ensaístico do professor universitário e tradutor Camilo Mattar Raabe, da Pucrs, especialista na obra dyoneliana. Um belo depoimento de Erico Verissimo, artigos críticos de Antonio Hohlfeldt, Tristão de Athayde, Augusto Meyer, Heitor Ferraz Mello e outros, bem como cartas e fotos de Dyonélio e das edições do livro estão no volume, que tem as famosas fotos que Eneida Serrano fez em 1976 por ocasião do lançamento do romance Deuses econômicos.
Esta edição tem atualização linguística, fac-símiles de originais e os 16 contos ainda estão acompanhados por um soneto que Mario Quintana elaborou para Dyonélio em 1935.
O professor Camilo Mattar Raabe escreve: "Um pobre homem acompanhou Dyonélio ao longo de sua trajetória literária, não apenas contando como uma primeira obra de ficção de um escritor já com certa experiência no meio político e cultural; mas como embrião do que iria se desdobrar sua literatura e o modo de identificação do intelectual no mundo, que dedicaria às suas reminiscências pessoais o título Memórias de um pobre homem".
Erico Verissimo afirmou: "É possível que, no futuro, se ainda existirem críticos, buscando obras entre das décadas de 1930 e 1970, venham a descobrir os romances de Dyonélio e dizer, parafraseando o belo final de O louco do Cati, 'só agora se vê como esse escritor era importante'".
 

lan�amentos

A voz da mudança (Buqui, 280 páginas), 22ª edição da Série Pensamentos Liberais do IEE, com prefácio de Júlio César Lamb, tem participações de Jeffrey Tucker, Lawrence Reed e Percival Puggina; e artigos de Bárbara Veit, Júlia Tavares, Laura Cimenti, Bruno Serejo, Felipe Morandi e outros para o debate público atual. Educação, administração, reforma trabalhista e liberdade são alguns dos temas.
Don Frutos (Ardotempo, 560 páginas), romance do consagrado escritor, jornalista e professor jaguarense Aldyr Garcia Schlee, em segunda edição revista e revisada, apresenta, em forma romanceada, a vida de Fructuoso Rivera, militar e político uruguaio, primeiro presidente constitucional do país em 1830. Rivera foi derrotado em 19/11/1816 e viveu um tempo refugiado no Brasil.
Papai Punk - Sem regras, só a vida real (Belas Letras, 256 páginas), de Jim Lindberg, vocalista do Pennywise, banda californiana de punk rock. Relato divertido e sincero, mistura fraldas, reuniões de pais, bonecas Barbie, distorções, turnês desgastantes e excessos da vida na estrada. Como se concilia vida de rebelião com educação de filhos?
 

Interven��o neuropsicanal�tica hol�stica

Decretada a intervenção neuropsicanalítica no Brasil. Por ora, 23 eleitores representativos dos 23 candidatos a presidente se reúnem numa terapia grupal no consultório de 14 metros quadrados do Dr. Ecumênico Pinel. Ficam de pé em volta do divã onde está deitado o Brasil. A ideia é buscar expressão, entendimento, mediação, conciliação e saída pacífica e democrática para a pátria enfraquecida e dividida. Dr. Pinel foi escolhido pois trabalha com base em teorias de vários mestres da psicanálise, em modernas mesclas de psicoterapias com estudos de neurociências e remédios e com toques holísticos que incluem espiritualidade, seixos marcianos, mantras intergalácticos e novidades outras que surgirem. A coisa começa:
  • O Brasil precisa de ordem, segurança, valores tradicionais que amparem a família, a moral e os bons costumes. É só olhar para o exterior e ver que estamos em época de volta aos bons valores "retrô".
  • Sou contra. Acho que precisamos de liberdade total, justiça social, educação, segurança, saúde, moradia e alegria. Precisamos de comida na mesa, inclusive com uma cervejinha, para todos da diversidade que quiserem.
  • Necessitamos desenvolvimento econômico para atender as demandas sociais, dentro de uma ordem de respeito à livre iniciativa, à liberdade e aos preceitos do desenvolvimento capitalista democrático e inclusivo.
  • Acho que não é para a direita, nem para a esquerda, nem para o centro. Em frente com terceira, quarta ou quinta via. Vamos inovar nos campos político, social e econômico. O novo sempre vem. Não podemos nos aferrar ao passado que já foi.
  • Pois é, mas sou mais pela ecologia, pela autossustentabilidade, pelo capitalismo verde, se for o caso. Precisamos fazer brotar novas pessoas e novos sonhos, nos campos e cidades do presente e do futuro. Precisamos tornar muito bom o presente, e aí o futuro será ainda melhor.
O Dr. Pinel intervém: mas e a corrupção endêmica, sistêmica e nosso problema de priorizar o individual em detrimento do social, nossa cultura hedonística tropical, como faremos?
  • Lutaremos contra a corrupção na ética, na política e em todo lugar. Passaremos o País à limpo num caderno novo, de primeiro dia de aula. Passaremos Jimo na corrupção, que é cupim da nação.
  • Encontraremos uma forma de respeitar os direitos e garantias individuais, garantindo também que o bem e os interesses públicos permaneçam. Não é fácil, pode ser meio impossível, mas começaremos.
  • Revisaremos os 500 anos de nossa jovem história e buscaremos alternativas, a partir de nossos bons valores. Precisamos refundar a Pátria, lançar alicerces para a construção do prédio do futuro, onde viverão as futuras gerações.
  • Acho que deveríamos promover uma união em torno dos altos interesses nacionais, deixando de lado vaidades pessoais, privilégios de partidos, neuras ideológicas e questíunculas meramente paroquiais. O Brasil é maior e melhor nós, que somos, fazemos e acontecemos o Brasil. Posso ser o elo de união, me sacrificarei para tanto.
 

a prop�sito...

Dr. Pinel continua: Bem, nem todos ainda tiveram oportunidade de falar. Nosso tempo, por hoje, terminou, nossa sess�o de uma hora de quarenta e cinco minutos continua outro dia. Acho que avan�aremos na tarefa de mediar os conflitos e buscar a melhor solu��o. O Brasil nunca teve um interventor neuropsicanal�tico e a hora chegou. Sei da minha alta responsabilidade, vou me dedicar ao m�ximo. Obrigado pela presen�a de todos. Os que precisarem de receita de antidepressivo, calmante ou son�fero � s� pedir, que a coisa n�o est� f�cil, eu sei. Vamos tentar conversar sem bater ou dar tiros nos outros, gritar muito ou falar das m�es. Alerto que, se voc�s n�o se comportarem, vou p�r em pr�tica o meu plano de morar em Montevid�u, no bairro Carrasco, claro, que nadie es de hierro. (Jaime Cimenti)
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