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Jornal da Lei

- Publicada em 17 de Abril de 2018 às 08:22

'Fake news' se tornam preocupação em época de eleições

Expressão ganhou popularidade na boca do presidente Donald Trump

Expressão ganhou popularidade na boca do presidente Donald Trump


/SAUL LOEB/AFP/JC
Suzy Scarton
A facilidade de alcançar o mundo por meio de um clique trouxe, também, dissabores - alguns mais danosos do que outros. Intrigas e boatos existem, provavelmente, desde que o ser humano aprendeu a se comunicar, mas a criação das redes sociais catapultou a proporções incomparáveis o alcance de boatos. Prática antiga que ganhou força e novo formato, as "fake news" - que são, em essência, notícias falsas - se propagaram de tal forma que é possível presumir que todos os usuários da internet já tenham esbarrado em pelo menos alguma delas.
A facilidade de alcançar o mundo por meio de um clique trouxe, também, dissabores - alguns mais danosos do que outros. Intrigas e boatos existem, provavelmente, desde que o ser humano aprendeu a se comunicar, mas a criação das redes sociais catapultou a proporções incomparáveis o alcance de boatos. Prática antiga que ganhou força e novo formato, as "fake news" - que são, em essência, notícias falsas - se propagaram de tal forma que é possível presumir que todos os usuários da internet já tenham esbarrado em pelo menos alguma delas.
A influência das notícias falsas chamou mais atenção quando das eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos. Os norte-americanos decidiram que o bilionário Donald Trump era o mais apto a ser o líder da nação pelos próximos quatro anos, e, como acreditam alguns, isso se deve, em parte, à intensa divulgação de notícias falsas sobre Hilary Clinton, candidata democrata e principal oponente do republicano. O termo "fake news" - eleito a "palavra do ano" pelo dicionário britânico Collins em 2017 - foi amplamente popularizado pelo próprio Trump, que acusa a imprensa norte-americana, com certa frequência, de espalhar notícias falsas a seu respeito.
Um estudo da Kantar Ibope Media, líder no mercado de pesquisa de mídia na América Latina, chamado "Trust in News" mostra que boa parte dos consumidores de notícias dos EUA e do Brasil acredita que as notícias falsas influenciaram o resultado das eleições em ambas as nações. Britânicos e franceses, no entanto, creem que as eleições de outros países foram afetadas, mas não as deles.
Doutor em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) e um dos coordenadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marcelo Träsel argumenta que os poucos estudos sobre notícias falsas dão a entender que a influência é, na verdade, pequena. "Vários especialistas em marketing digital, até um sujeito que trabalhou no próprio Facebook, disse que essa estratégia de marketing não é tão eficiente. Mas, é claro, também não ajuda, e, de qualquer maneira, é um problema", ressalta o professor.
Träsel ainda acredita que o compartilhamento de notícias falsas não é tão danoso quando se trata de política, uma vez que alterar opiniões políticas não é uma tarefa simples. "É mais problemático na questão da vacinação, por exemplo. Circulam muitos boatos pelo WhatsApp de que vacinas são perigosas. É fácil fazer com que as pessoas fiquem com medo dessa forma", pondera.
Além de espalhar o medo, as notícias falsas se incumbem, também, de acabar com a reputação de pessoas - algumas delas, inclusive, não podem mais se defender. Foi o caso das inverdades replicadas a respeito da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), executada em 14 de março. Logo após o assassinato, notícias que versavam sobre o envolvimento da parlamentar com bandidos e com o Comando Vermelho tomaram conta das redes sociais. Propagadas pela desembargadora do Rio de Janeiro Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e pelo deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), as notícias causaram indignação a familiares e amigos de Marielle, que prontamente desmentiram todos os boatos. Em seguida, o juiz Jorge Novelle, da 15ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, determinou, em liminar, que o Facebook retirasse todas as publicações falsas a respeito da vereadora.
No caso de Marielle, figura política e pública, familiares e amigos chamaram a atenção da Justiça e também da população. Cidadãos comuns, no entanto, precisam agir por vias próprias - muitas vezes, sem auxílio externo - quando precisam reparar algum dano causado à imagem. E é aí que entra a Justiça.
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