Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Supremo Tribunal Federal

- Publicada em 19 de Março de 2018 às 19:03

Gilmar Mendes será relator do habeas corpus contra prisão em 2ª instância

Foi sorteado para a relatoria do ministro Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus coletivo contra a prisão de condenados em segunda instância no Brasil. A ação é assinada por 10 advogados da Associação dos Advogados do Estado do Ceará (AACE) e busca beneficiar todos aqueles que se encontram presos ou perto de receber uma ordem de prisão em tal estágio processual, em que ainda restam recursos nos tribunais superiores.
Foi sorteado para a relatoria do ministro Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus coletivo contra a prisão de condenados em segunda instância no Brasil. A ação é assinada por 10 advogados da Associação dos Advogados do Estado do Ceará (AACE) e busca beneficiar todos aqueles que se encontram presos ou perto de receber uma ordem de prisão em tal estágio processual, em que ainda restam recursos nos tribunais superiores.
O pedido chega ao Supremo exatamente em um período de iminência de uma ordem de prisão contra o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na medida em que se aproxima a conclusão do recurso do ex-presidente no Tribunal Regional Federal da 4ª Região contra a condenação por 12 anos e um mês de reclusão, no caso do triplex do Guarujá.
O habeas corpus ataca diretamente o que chama uma "omissão" da presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, ao não pautar as duas Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) que discutem a tese geral sobre se é cabível um réu ser preso antes do encerramento de todos os recursos possíveis. Foi num primeiro julgamento sobre essas ações, em outubro de 2016, por 6 votos a 5, que o Supremo firmou a jurisprudência atual de que é possível a prisão em segunda instância. Há chance de reversão no caso de uma nova discussão, porque o ministro Gilmar Mendes já anunciou que mudará de voto.
Como é contra um ato da presidente da corte, de acordo com o regimento do STF, só poderia ser julgado no plenário, afastando a possibilidade de julgamento na Segunda Turma, onde a maioria dos ministros é contra a prisão em segunda instância. O que leva a uma situação insólita de que, se o ministro relator afetar o caso ao plenário, a própria presidente - responsável pela pauta - não poderia participar do julgamento.
A concessão de habeas corpus no Supremo é algo extremamente raro, mas já aconteceu neste ano, em um julgamento na Segunda Turma do STF, que decidiu, por maioria de votos, determinar a substituição da prisão preventiva pela domiciliar de todas as mulheres presas, gestantes e mães de crianças e deficientes que estejam sob sua guarda, cabendo aos juízes de execução penal aplicar outras medidas que considerem necessárias.

Não julgar habeas corpus é grave, diz Gilmar Mendes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse que seria "grave" a corte receber um pedido e não julgar, em referência à solicitação de habeas corpus do ex-presidente Lula. Ele comparou a situação com "omissão de socorro" na medicina e disse que não se deve "negar jurisdição".
"Como diz o evangelho, a casa do pai tem muitas moradas. E o caminho para a casa do pai também é diverso.De modo que, se vai discutir a situação em um HC (habeas corpus), em uma ação declaratória de inconstitucionalidade, é irrelevante. O importante é que a questão seja discutida."
Ele falou ainda que habeas corpus é uma questão considerada prioritária na corte e colocada na "maior urgência". Sobre a possibilidade de a corte rever a permissão para cumprimento de pena de condenados em segunda instância, Gilmar afirmou que isso será discutido "em momento oportuno", o que deve ser em breve.