O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB), confirmou que vai se licenciar do cargo para voltar à Câmara dos Deputados e apresentar um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.
Em entrevista ao canal governamental NBR, Marun destacou que está em processo de redigir o pedido de afastamento do magistrado, que modificou o indulto natalino do presidente Michel Temer (PMDB). A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) classificou os ataques do governo como uma "estratégia para constranger o STF" e rejeitou "a represália a magistrados no processo de limpeza das instituições".
Na segunda-feira, Barroso determinou que condenados por crimes do colarinho branco, como corrupção e peculato, não podem ser beneficiados pelo indulto de Natal. O ministro autorizou a libertação de presos que não tenham cometido crimes violentos. A avaliação do governo federal é de que o indulto é prerrogativa do chefe de Estado, Temer, e que o ministro feriu esta competência ao reescrever o benefício. Já Barroso alegou que a punição aos corruptos é importante para coibir a prática.
"Em base da lei do impeachment, nós passamos a redigir esse pedido baseado na evidente atuação político-partidária e na sua falta de decoro no momento em que se sentiu no direito de desrespeitar os Três Poderes da República. O cidadão pode pleitear. Para que não se estabeleça essa confusão, me licenciarei e farei a entrega desse pedido", confirmou.