O ministro do Trabalho, Helton Yomura (PTB), exonerou Mikael Tavares Medeiros (PMB) do cargo comissionado que ocupava desde outubro do ano passado na pasta. A decisão foi assinada na sexta-feira e publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União. Assim, o jovem de 19 anos, que assumiu em dezembro a função de autorizar pagamentos na ordem de R$ 473 milhões, apadrinhado pelo PTB, não é mais funcionário do ministério. A mesma edição do Diário Oficial traz o afastamento dele da função de gestor financeiro, decisão esta assinada pelo secretário executivo substituto, Leonardo Arantes (PTB).
A perda da atribuição de gerir os pagamentos da pasta já havia se tornado pública na sexta. O que ainda não se sabia é que o ministério também decidiu demitir Medeiros do cargo comissionado para o qual foi nomeado em outubro. Ele recebia R$ 5,4 mil por mês.
O jovem foi nomeado para o cargo de coordenador de documentação e informação da pasta pelo então ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB-RS). Depois, em 28 de dezembro, virou gestor financeiro, "responsável pelos atos necessários à execução orçamentária, financeira e patrimonial" da Coordenação-Geral de Recursos Logísticos, cujos pagamentos chegam a R$ 473 milhões num ano. A nomeação para esta função foi feita por Yomura.
Medeiros precisou fazer uma prova de recuperação para concluir o Ensino Médio e estava desempregado meses antes de ganhar o cargo no ministério. Ele acabou de entrar na universidade. A mãe é beneficiária do Bolsa Família, com recebimentos de R$ 163,00 por mês. O Ministério do Desenvolvimento Social suspendeu os pagamentos para averiguar por que Mikael não havia sido excluído do cadastro do programa.
O atual ministro do Trabalho é apadrinhado pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que pediu a demissão de Medeiros. Já o secretário executivo substituto, Leonardo Arantes, é sobrinho do deputado Jovair Arantes (GO), líder do partido na Câmara. Teria partido de Jovair a indicação de Medeiros para a função de gestor financeiro.