O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy negou as acusações de que teria recebido ilegalmente dinheiro da Líbia para sua campanha presidencial e disse que o caso transformou sua vida em um inferno. As declarações foram dadas aos juízes que investigam as denúncias e reveladas na edição desta quinta-feira do jornal francês Le Figaro.
O ex-presidente de 63 anos é acusado de ter recebido € 50 milhões (R$ 202 milhões) do ex-ditador líbio Muammar Kaddafi (1942-2011) para a sua campanha vitoriosa em 2007. Controversamente, como presidente, foi Sarkozy quem autorizou o bombardeio que ajudou a derrubar o ditador em 2011.
Logo após o início da operação militar, um dos filhos de Kaddafi deu uma entrevista na qual afirmou que o pai tinha financiado a campanha do francês. Por isso, Sarkozy diz que a acusação é uma vingança. "Esta calúnia fez da minha vida um inferno desde 11 de março de 2011", disse, em referência à data em que começou o bombardeio na Líbia. "Estou sendo acusado sem uma prova física."
O caso, investigado desde 2013, chegou a seu ápice na terça-feira, quando o ex-presidente foi detido pela polícia e levado para interrogatório. O depoimento continuou na quarta-feira, e, ao fim do dia, ele foi formalmente indiciado por corrupção passiva, financiamento ilegal de campanha e recebimento de dinheiro desviado dos cofres públicos líbios. Ele responderá ao processo em liberdade.