Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Segurança pública

- Publicada em 29 de Março de 2018 às 00:29

Empresários doam viaturas às polícias gaúchas

Sartori (e) e Schirmer (d) conferiram os veículos entregues nesta quarta

Sartori (e) e Schirmer (d) conferiram os veículos entregues nesta quarta


/MARCOS NAGELSTEIN/AGÊNCIA PREVIEW/DIVULGAÇÃO/JC
Viaturas e equipamentos foram entregues nesta quarta-feira à Brigada Militar (BM) e à Polícia Civil gaúchas, fruto da doação de 55 empresários pertencentes ao Instituto Cultural Floresta. Com R$ 9 milhões dos R$ 14 milhões arrecadados, foram obtidas 46 camionetes
Viaturas e equipamentos foram entregues nesta quarta-feira à Brigada Militar (BM) e à Polícia Civil gaúchas, fruto da doação de 55 empresários pertencentes ao Instituto Cultural Floresta. Com R$ 9 milhões dos R$ 14 milhões arrecadados, foram obtidas 46 camionetes
Mitsubishi Pajero, dez fuzis, 20 radiocomunicadores para agentes, seis radiocomunicadores para viaturas e 200 rastreadores de carros, com mensalidade paga para o serviço durante um ano. Os R$ 5 milhões restantes serão transferidos para o Estado, para que use para comprar 1,2 mil pistolas, mais fuzis, coletes à prova de bala e munição.
Entre as 46 viaturas, 40 irão para unidades da corporação em Porto Alegre - sete para o 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM), sete para o 9º BPM e 14 para o Batalhão de Operações Especiais (BOE), sendo cinco dessas para o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e sete para a Tropa de Choque. As outras seis irão para a Polícia Civil, todas para o Grupo de Operações Especiais (GOE).
Segundo o presidente do conselho do instituto, Cláudio Goldsztein, a intenção, com a doação, é promover uma mudança de paradigma, no qual a sociedade civil passe a atuar no combate à violência. "Os doadores não receberam nenhuma isenção de impostos. Somos uma instituição sem fins lucrativos de pessoas que querem que Porto Alegre tenha melhores condições para se viver, mais educação, mais segurança", salienta.
A entidade já ofereceu outros apoios à segurança, como o reparo de 100 viaturas para a prefeitura da Capital e a construção de um vestiário novo para o 9º BPM. Está prevista para este ano, ainda, a construção de um vestiário novo para o BOE. "Chega de ouvir notícia ruim e dizer que 'eles têm que resolver' alguma coisa. Não existe 'eles', só existe 'nós'", pontua Goldsztein.
Ao lado do governador José Ivo Sartori, o secretário estadual de Segurança Pública, Cezar Schirmer, lembrou que a Constituição prevê que a segurança pública é "dever do Estado e responsabilidade de todos", e se referiu à doação de equipamentos e viaturas como um "momento extraordinário" para o Rio Grande do Sul e para o Brasil, uma vez que está sendo selada uma parceria de construção conjugada entre sociedade civil e poder público.
O presidente do instituto, Leonardo Fração, ressalta que, em nenhum lugar do mundo, os problemas de segurança pública foram resolvidos sem essa parceria. "Foi assim em Medellín (Colômbia), Nova Iorque (EUA) e Monterrey (México). Precisamos de uma mudança cultural que impacte no futuro", defende. Para Fração, a crise financeira atual não se deve à falta de dinheiro, mas sim à aplicação inapropriada dos impostos.

Minuta de projeto de lei do Instituto Cultural Floresta prevê destinação de impostos à área

Durante a cerimônia de recebimento das viaturas, os integrantes do Instituto Cultural Floresta também entregaram ao governador José Ivo Sartori uma minuta de projeto de lei que, se aprovada, permitirá a destinação dos impostos devidos por empresas à área de segurança pública - semelhante ao que já existe na Lei de Incentivo à Cultura (LIC), em que um projeto cultural pode ser apresentado a uma empresa, e o empreendimento, destinar o valor que pagaria em impostos à realização daquele evento ou produto. "Não se trata de renúncia fiscal, como na LIC, em que você deixa de recolher impostos para transformar em um filme que tem interesse privado. Quero pegar meus impostos, que entregaria para o caixa único, e usá-los para comprar e entregar itens de segurança, que teriam que ser licitados, diretamente para a polícia, com a concordância da Secretaria de Segurança Pública", explica Leonardo Fração.
Se a proposta for aceita, e o projeto de lei, aprovado, o presidente do instituto calcula que, pelo menos, R$ 300 milhões em impostos, oriundos de empresas dos integrantes da entidade doadora dos R$ 14 milhões, seriam destinados à segurança pública neste ano. Sartori afirma que "essa é uma questão a ser estudada, uma vez que existem incentivos em todas as áreas". O secretário Cezar Schirmer revela que há divergências internas a respeito, mas que, eventualmente, o programa de incentivo se tornará uma realidade, visto que a insegurança, hoje, traz consequências para todas as áreas.