O Dia Internacional Contra a Discriminação Racial foi lembrado ontem, em Porto Alegre, em evento organizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte da prefeitura, no Largo Zumbi dos Palmares. Além de trazer representantes da população negra, a atividade também contou com imigrantes haitianos e senegaleses.
De acordo com Elisete Moretto, da Coordenadoria do Povo Negro, o preconceito racial ainda é muito grande na Capital. "Estamos caminhando bem em Porto Alegre, mas ainda precisamos avançar. Temos um trabalho forte e muitos parceiros, mas o negro ainda é avaliado pela cor da pele, e não pela qualificação", lamenta. Pensando nisso, a prefeitura organizou atividades que estimulam o afroempreendedorismo, com palestras sobre o assunto.
Considerando a realidade enfrentada por milhões de refugiados ao redor do mundo, o evento também contemplou povos de outros países que vieram ao Brasil procurar uma nova oportunidade. Dados de 2017 da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte apontam que existem, na Capital, 27 mil imigrantes com documentos e cerca de 4 mil em situação irregular.
A prefeitura pretende inaugurar o Centro de Referência do Imigrante (Crim), que ficará na sede da Diretoria de Direitos Humanos, na Rua dos Andradas, 1.643, no Centro. A disponibilização da área ainda enfrenta entraves burocráticos e está em fase de licitação para contratação de recursos humanos. O convênio que permitirá a abertura do local foi assinado entre a prefeitura, que contribuirá com R$ 13 mil, e a União, que entrará com a quantia de R$ 300 mil.