A Justiça Federal determinou, na tarde desta sexta-feira (9), a desocupação da Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Desde a quarta-feira, estudantes ligados a movimentos negros ocupam o prédio, em protesto contra a mudança no sistema de verificação de cotas raciais para ingresso na instituição por meio da política de cotas raciais.
A decisão foi tomada pelo juiz federal substituto Bruno Risch de Oliveira, da 6ª Vara Federal de Porto Alegre, atendendo a liminar solicitada pela Universidade. Em seu despacho, Oliveira deu um prazo de duas horas para que os estudantes deixem o imóvel.
A desocupação, no entanto, não será imediata. Como o uso da força policial dependeria de uma nova solicitação da Ufrgs, em uma negociação informal no início da noite ficou acertado que os estudantes permanecerão no local até a manhã de segunda-feira (12), quando terão uma reunião de negociação.
Em nota oficial divulgada nesta tarde, a Ufrgs afirmou que havia decidido ingressar com pedido de reintegração de posse do prédio. "A Reitoria entende a medida como imprescindível e necessária para restabelecer a normalidade e dar sequência às atividades administrativas e acadêmicas de interesse de toda a comunidade", diz a nota.
O motivo do protesto é uma portaria promulgada em fevereiro. Nela, a Ufrgs define que poderão ter acesso às vagas destinadas para negros os alunos que comprovarem por meio de documentação ascendência negra até a geração dos avós. Os movimentos são contra a medida, alegando que apenas estudantes que apresentem características fenotípicas de pretos ou pardos devem ter acesso a vagas.