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Marcha das Mulheres cobra direitos e denuncia violência em Porto Alegre
Ato de mulheres no Centro de Porto Alegre somou mais de 2 mil participantes pela manhã
Fredy Veira/JC
Laura Franco
Porto Alegre se somou aos movimentos ao redor do Brasil e do mundo, e às 7h já concentrava cerca de 500 mulheres em frente à rodoviária da Capital para o ato do Dia Internacional da Mulher. Às 8h, a marcha saiu rumo à avenida Mauá, somando cada vez mais pessoas no caminho.
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Porto Alegre se somou aos movimentos ao redor do Brasil e do mundo, e às 7h já concentrava cerca de 500 mulheres em frente à rodoviária da Capital para o ato do Dia Internacional da Mulher. Às 8h, a marcha saiu rumo à avenida Mauá, somando cada vez mais pessoas no caminho.
Para Silvia Marques Reis, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio Grande do Sul, o dia serve pare reafirmar o movimento de luta das mulheres, principalmente no cenário atual. “Somos quem mais sofre com retrocessos, então é correto que estejamos à frente dessas lutas. Estamos em busca dos nossos direitos básicos, do nosso direito à vida”, reforça Silvia, que veio com cerca de 500 mulheres camponesas assentadas e acampadas no interior do Estado. Para este grupo, outras pautas levantadas são a reforma agrária e a soberania nacional.
> Confira imagens da marcha em Porto Alegre:
Vitalina Gonçalves, representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ressalta que as demandas englobam todo o tipo de violência contra a mulher, inclusive a institucional. “Somos contra as reformas golpistas (trabalhista e da previdência) que precarizam ainda mais o trabalho das mulheres, que têm tripla jornada. Além disso estamos escancarando o desmonte das políticas públicas em relação à proteção às mulheres, e isso é visível no governo Marchezan”, aponta Vitalina.
Logo no início da caminhada, a organização já estimava cerca de mil mulheres, e a expectativa é de que chegasse a 2 mil. A Brigada Militar não fez estimativas. Para o trajeto, a EPTC se articulou com 32 agentes na área central, além de outros que realizavam os desvios.
Entre palavras de ordem, como “a violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer” e “a nossa luta é todo dia, eu sou mulher, não sou mercadoria”, as manifestantes não pouparam o poder público, criticando o governo do prefeito Nelson Marchezan Jr (PSDB) assim que chegaram ao paço Municipal, sede do governo, no Centro Histórico.
Ato denunciou a morte de 13 mulheres por dia no Brasil, vítimas de feminicídio. Foto: Laura Franco/Especial/JC
No mesmo local, foi realizada uma intervenção que denunciava o número de feminicídios do Brasil, que chegam a 13 por dia. Mulheres caíam no chão ao toque do tambor, enquanto se divulgava os dados de violência.
O ato seguiu, então, até o Palácio Piratini e fez novamente críticas ao governo, dessa vez à gestão de José Ivo Sartori. O batalhão do Choque, que estavam em frente ao Palácio também foi alvo de protestos. “É assim que o governador nos recebe, com a polícia”, gritavam as manifestantes.
Durante a parada em frente ao Piratini, representantes das mais diversas frentes fizeram falas. Entre elas, a União da Juventude Socialista (UJS), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
O grupo então seguiu para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região onde pretendia fazer um ato em frente ao prédio. A BM bloqueou o acesso pelo Parque Mauricio Sirotsky Sobrinho, impedindo o deslocamento até o ponto pretendido. A programação continua até o fim do dia. Às 17h, está marcada uma concentração no Largo Glênio Peres para fazer uma segunda caminhada.