Entre os muitos espaços da Emater na Expodireto um dos mais movimentados é um pequeno reduto entre árvores bem ao fundo do parque, situado em Não-Me-Toque. É lá que a entidade está divulgando os benefícios da união da agricultura e apicultura. Ou melhor, com a meliponicultura: trabalho com meliponíneos, ou abelhas sem ferrão.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar Antônio Altíssimo, especializado no segmento, como as abelhas sem ferrão são menores, tendem a fazer um melhor polinização de plantas, hortaliças e frutas.
“Um bem exemplo disso é o trabalho que fizemos voltando ao morango. Alguns produtores estavam com problemas com frutos disformes, feios, e acreditavam que era fungo. Mas aos inserirmos colmeias na plantação os frutos começaram a vir perfeitos”, diz Altíssimo, destacando a espécie Jataí entre as opções.
O benefício, diz o engenheiro agrônomo, deve-se ao fato de que o morango precisa ser bem polinizado para que fique uniforme, e com mais abelhas entre as frutas, o problema foi resolvido. Em média, diz Altíssimo, recomenda-se uma colmeia a cada 200 metros quadrados de cultivo. O agrônomo da Emater avalia que o custo pode ser bastante reduzido, já que a colmeia pode ser feita artesanalmente ou comprado por, no máximo, R$ 200,00.
Unir abelhas e agricultura tem enormes benefícios e ganhos, e baixo custo. "Por isso intensificamos esse trabalho há dois anos", diz o agrônomo. Essa composição vem sendo estimulada pela Bayer, por exemplo, no cultivo de melancias Pingo Doce, uma variedade com alto teor de açúcar e sem sementes – e que justamente por isso depende ainda mais polinização para ter alto rendimento.