As perdas causadas pela estiagem a Metade Sul do Rio Grande do Sul, de 18% na soja e 22% no milho, começam a mobilizar lideranças rurais e políticos em busca de apoio aos agricultores da região. Diretor técnico da Emater, Lino Moura explica que as perdas já sinalizam para o aumento na inadimplência no pagamento de financiamentos, por exemplo, e que será necessário maior apoio do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) para a região.
“O produtor vai precisar de mais prazo e ampliação de programas de crédito. Isso ainda se soma a crise enfrentada pelo arroz, muito forte na região, e que já havia descapitalizado os agricultores”, alerta Moura, durante a divulgação dos números na Expodireto 2018, em Não-Me-Toque.
Para o presidente da Emater, Clair Kuhn, a crise enfrentada pelos produtores da região sul alerta para uma necessidade latente no Estado e que deve se tornar uma prioridade: “A partir dessa estiagem, o produtor vai pensar mais e precisará achar formas de investir em irrigação,” diz Kuhn.
Apesar da estiagem, o bom desenvolvimento das lavouras de soja no Rio Grande do Sul deve ajudar a reduzir os danos no conjunto do Estado. Tanto que, em relação à primeira projeção de safra feita pela Emater, a expectativa de produção total de soja em solo gaúcho foi ampliada em 2,19%. A safra 2017/2018 da oleaginosa deve alcançar 17,1 milhões de toneladas, com produtividade média de 2.998 quilos por hectare, alta de 2,04% sobre a previsão inicial da Emater.