Com o nível de atividade em alta, os estoques de produtos finais ajustados e em queda na comparação com janeiro, a expectativa dos empresários gaúchos para os próximos meses segue otimista, inclusive nos investimentos. É o que aponta a Sondagem Industrial de fevereiro, divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Os indicadores de produção e do número de empregados foram de 52,7 e 53,1 pontos, respectivamente. Acima dos 50 pontos, sinalizam expansões em relação ao mês anterior, fato não observado nesse período do ano desde 2014. "A queda nos estoques é um sinal positivo para a produção futura, e deverá contribuir para a redução da ociosidade nos próximos meses", afirma o presidente das Fiergs, Gilberto Petry.
O nível efetivo dos estoques, pelo terceiro mês consecutivo, manteve-se próximo ao planejado pelas empresas. O índice foi de 49,8 pontos em fevereiro. O indicador varia de 0 a 100. Valores próximos de 50 pontos indicam estoques conforme o planejado pelas empresas.
O grau de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) repetiu o nível de janeiro: 66%, 3,4 pontos percentuais abaixo da média histórica do mês. Já o indicador relativo à utilização de capacidade instalada usual fechou fevereiro em 44,3 pontos, 0,4 acima de janeiro e abaixo dos 50, valor que expressa a UCI no nível usual. Os dois indicadores mostram que ainda há ociosidade na indústria, mas que ela ficou um pouco menor na passagem de janeiro para fevereiro.
Para os industriais gaúchos, a expectativa em março seguiu favorável e compatível com a manutenção da recuperação nos próximos meses. Principalmente com relação às exportações (58,6 pontos), que registrou o maior valor desde março de 2014. Os demais índices recuaram na comparação com fevereiro, mantendo, contudo, as projeções de crescimento: demanda (0,5 ponto, para 60,3 pontos), compra de matéria-prima (1,7 ponto, para 57,3) e emprego (-2,1, para 53). Nesse caso, os indicadores também variam de 0 a 100. Acima de 50 pontos, indicam expectativas de aumento e, abaixo, expectativas de queda. A melhora do cenário gera um ambiente mais favorável para os investimentos industriais. O índice de intenção cresceu de 54,6 pontos, em janeiro, para 56,8, em fevereiro.
A confian�a da ind�stria, medida pela Funda��o Getulio Vargas (FGV), subiu 1,3 ponto em mar�o ante fevereiro, alcan�ando 101,7 pontos, o melhor n�vel desde agosto de 2013 (101,9 pontos). Com o resultado, o indicador teve m�dia de 100,5 pontos no primeiro trimestre, superando em 2,9 pontos o trimestre anterior.
O avan�o no m�s foi proporcionado por melhores avalia��es sobre a situa��o atual e em rela��o �s expectativas, permitindo que os dois �ndices ficassem acima do n�vel neutro de 100 pontos pela primeira vez desde setembro de 2013. "Ap�s quase cinco anos com preval�ncia de respostas desfavor�veis e pessimistas na pesquisa, o setor industrial brasileiro retorna a uma situa��o de normalidade em rela��o �s avalia��es sobre a situa��o atual e �s perspectivas para o futuro pr�ximo", avaliou a coordenadora da Sondagem da Ind�stria na FGV, Tabi Thuler Santos.
O �ndice de Expectativas (IE) subiu 1,4 ponto, para 102,8 pontos, maior n�vel desde junho de 2013 (104,9 pontos). J� o �ndice de Situa��o Atual (ISA) avan�ou para 100,6 pontos.
No ISA, a principal influ�ncia de alta foi do indicador que mede o n�vel da demanda, que, ap�s acumular queda de 0,8 ponto nos �ltimos dois meses, cresceu 3,9 pontos em mar�o, com melhora no mercado interno e externo, atingindo 100,2 pontos, o maior n�vel desde outubro de 2013 (101,5 pontos). A parcela de empresas que avaliam o n�vel de demanda como forte aumentou de 11,3% para 12,8%, enquanto a parte dos empres�rios que o consideram fraco caiu de 22,9% para 19,8%.
Quanto ao IE, a maior contribui��o foi do indicador de expectativas com a evolu��o do pessoal ocupado nos tr�s meses seguintes, que teve alta de 4,1 pontos, para 103,5 pontos - o maior desde outubro de 2012 (105,1). Houve aumento da propor��o de empresas prevendo aumento do quadro de pessoal, de 20,6% para 22,6%, e diminui��o da parcela das que esperam redu��o, de 12,0% para 9,5%.
O N�vel de Utiliza��o da Capacidade Instalada (Nuci) continuou em eleva��o em mar�o, subindo 0,5 ponto percentual, para 76,1%, o patamar mais alto desde maio de 2015 (76,6%). Na m�trica trimestral, o Nuci avan�ou 0,9 ponto no primeiro trimestre ante o quarto trimestre, para 75,5%.
"Outro ponto de destaque � a continuidade do processo de recupera��o da demanda no mercado interno e do n�vel de utiliza��o da capacidade instalada", completa Tabi.