O cenário internacional manteve-se como principal referência para o mercado de câmbio na sexta-feira, e o dólar encerrou a semana no patamar acima dos R$ 3,31, atingindo seu maior valor no ano. Dois fatores domésticos acabaram por reforçar a cautela dos investidores: o desconforto com os desdobramentos jurídicos no caso da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a proximidade do feriado de Páscoa, que encurtará a semana de negócios no Brasil.
Depois de ter oscilado em baixa na maior parte da sessão de negócios, o dólar à vista consolidou viés de alta à tarde e terminou a sexta-feira cotado a R$ 3,3164, com avanço de 0,24% no dia e de 1,17% na semana. Os negócios somaram US$ 1,3 bilhão.
A bolsa operou, na sexta-feira, colada no exterior e refletiu a volatilidade que tem sido frequentemente registrada pelos principais índices do mercado acionário em Nova Iorque. O Ibovespa perdeu força ao final da sessão de negócios e encerrou em baixa de 0,46%, aos 84.377 pontos. Na semana, a desvalorização foi de 0,60%.
"O Ibovespa operou sem direção clara, seguindo, especialmente, os Estados Unidos. A questão da guerra comercial tem feito e deve continuar fazendo preço", ressaltou Ignacio Crespo, analista da Guide Investimento.
Entre as blue chips, os papéis da Petrobras ganharam 0,34% (ON) e 0,14% (PN), leve alta diante da valorização em torno de 2,5% dos contatos futuros de petróleo no exterior. Vale ON não teve forças para resistir às quedas, tanto do minério de ferro quanto de mineradoras correlatas, e acabou fechando em baixa de 0,79%. Já no bloco financeiro, Itaú Unibanco PN avançou 0,48%, e Bradesco PN, 0,68%. Na contramão, Banco do Brasil ON perdeu 0,55%, e as units do Santander caíram 0,62%.