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Turismo

- Publicada em 26 de Março de 2018 às 01:03

Temporada de cruzeiros ensaia retomada no País

MSC, com 60% do mercado, aposta em novos destinos e na venda de pacotes em reais

MSC, com 60% do mercado, aposta em novos destinos e na venda de pacotes em reais


MSC CRUZEIROS/DIVULGAÇÃO/JC
Após seis anos de crise e de ter seu mercado reduzido em 55%, a indústria de cruzeiros brasileira deverá encerrar, no próximo mês, a temporada 2017/2018 com um aumento de quase 12% no número de passageiros transportados. Se confirmado, o resultado marcará o início da retomada do setor - as empresas já projetam alta de 20% para o verão seguinte.
Após seis anos de crise e de ter seu mercado reduzido em 55%, a indústria de cruzeiros brasileira deverá encerrar, no próximo mês, a temporada 2017/2018 com um aumento de quase 12% no número de passageiros transportados. Se confirmado, o resultado marcará o início da retomada do setor - as empresas já projetam alta de 20% para o verão seguinte.
Apesar de o número de navios na costa brasileira estar estagnado em sete desde o verão 2016/2017 e de não haver previsão de aumento para a próxima temporada, as empresas começam a trazer embarcações maiores para o País e a ampliar o número de dias delas aqui, nos primeiros sinais de recuperação. A temporada que vem deverá durar, em média, 120 dias, ante 114 da atual. O total de camas também crescerá de 439,7 mil para 532,5 mil, segundo a Associação Internacional de Cruzeiros (Clia). "As companhias estão sentido a recuperação (econômica) e um progresso com os custos", diz Marco Ferraz, presidente da entidade no Brasil.
Para conseguir reverter a trajetória de queda no setor e ampliar suas ofertas no País, as empresas precisaram procurar alternativas para atrair turistas, além de negociar com fornecedores e prestadores de serviços para aliviar os custos - em média, operar um navio no Brasil é 40% mais caro do que em outros destinos, ainda de acordo com a Clia.
A MSC Cruzeiros, por exemplo, passou a comercializar pacotes em reais, e não mais em dólares. Nos próximos dias, a companhia, que detém 60% do mercado nacional, estreará uma rota que inclui Florianópolis em suas paradas, após 10 anos de ausência na cidade. Novos destinos são um dos modos mais efetivos para alavancar as vendas, mas a ferramenta costuma esbarrar na falta de estrutura local, explica Adrian Ursilli, diretor-geral da MSC no Brasil.
Essa temporada que está acabando deverá ser a primeira de retomada para a MSC, que já ampliou de dois, no ano passado, para três navios exclusivos no Brasil. No verão que vem, a empresa trocará duas das embarcações por outras de porte maior, ampliando a oferta em 15%. "O grupo ainda vê o mercado brasileiro como prioritário", diz Ursilli. O País, entretanto, é, hoje, o quarto maior mercado para a companhia, atrás de Itália, Alemanha e Estados Unidos. Durante o auge brasileiro, ocupava a segunda posição.
A Costa Cruzeiro, concorrente da MSC, já aumentou sua capacidade em quase 30% neste ano e prevê mais 20% para o próximo. Essa ampliação vem sendo feita, sobretudo, através de uma temporada mais longa. Os navios da companhia permaneceram por 181 dias na costa brasileira na temporada 2017/2018 e deverão ficar 197 dias na seguinte. A empresa, porém, continuará trazendo apenas duas embarcações ao País. O gerente-geral no Brasil, Renê Hermann, vê, nos custos elevados do País e na falta de infraestrutura, os principais entraves para o setor. "Precisamos ampliar os destinos aqui e, para isso, necessitamos de infraestrutura. Por enquanto, o que fez aumentar os passageiros foi o maior número de dias da temporada", afirma.  

Falta de competitividade leva Brasil a cair em ranking

A falta de competitividade do Brasil, aliada à recessão econômica, levou as companhias a retirarem suas embarcações daqui nos últimos anos. No verão de 2010/2011, 20 navios chegaram a navegar por águas brasileiras, com 805 mil passageiros embarcados. De lá para cá, destinos com custos mais baixos, melhor infraestrutura e demanda aquecida foram, aos poucos, "roubando" as embarcações que costumavam vir para o Brasil.
Países da América Central, além da China e dos Emirados Árabes, passaram a atraí-las, e marcas como a Royal Caribbean abandonaram o Brasil de vez. Durante esse período de crise, o Brasil deixou a posição de quinto maior mercado de cruzeiros no mundo para competir pelo oitavo lugar com a Espanha.