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Agronegócios

- Publicada em 20 de Março de 2018 às 22:22

Entressafra puxa alta do preço do leite no Rio Grande do Sul

Remuneração aos produtores segue baixa, mesmo com custos da atividade praticamente estáveis

Remuneração aos produtores segue baixa, mesmo com custos da atividade praticamente estáveis


/ALINA SOUZA/ESPECIAL/PALÁCIO PIRATINI/JC
Com o avanço da entressafra no Rio Grande do Sul, o valor de referência do leite teve recuperação, aproximando-se da casa de R$ 1,00. Segundo dados do Conselho Paritário Produtor/Indústrias de Leite (Conseleite) divulgados ontem, o projetado para março é de R$ 0,9901, 2,56% acima do R$ 0,9654 consolidado de fevereiro.
Com o avanço da entressafra no Rio Grande do Sul, o valor de referência do leite teve recuperação, aproximando-se da casa de R$ 1,00. Segundo dados do Conselho Paritário Produtor/Indústrias de Leite (Conseleite) divulgados ontem, o projetado para março é de R$ 0,9901, 2,56% acima do R$ 0,9654 consolidado de fevereiro.
Segundo o professor Eduardo Finamore, da Universidade de Passo Fundo (UPF) registrou-se recuperação do leite UHT (6,73%) no mês. "Mesmo assim, o valor do produto ainda está abaixo de 2016 e 2017", frisou, reforçando o momento de baixa remuneração mesmo com custos de produção praticamente estáveis nos últimos quatro meses. O professor pontuou que o leite em pó vem ganhando força no mix de produtos fabricados no Rio Grande do Sul, saltando de 39,55% do mercado, em 2017, para 43,46% nos primeiros três meses de 2018. Por outro lado, o UHT passou de 41,94% para 35,52%. Juntos, concentram 78% da produção do Rio Grande do Sul.
O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), Alexandre Guerra, reforçou que o leite UHT tem puxado mais forte os preços neste momento de entressafra. "Estamos entrando no período de menor produção, o que indica que continuará subindo até pela necessidade de a indústria recuperar margens." A expectativa, diz o executivo, é que o inverno de 2018 seja de baixas temperaturas, o que deve motivar o aumento do consumo. Além disso, a retomada da economia brasileira e a volta às aulas ajudará a incentivar a demanda. "A indústria, neste ano, não fez gordura nos primeiros meses do ano, mas, agora, devemos ter uma retomada."
O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, sugeriu a realização de uma agenda das áreas econômicas das diferentes entidades que compõem o Conseleite para debater alternativas para escoamento de excedentes do mercado que permitam equalizar os preços. O assessor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) Márcio Langer argumentou que é essencial pressionar o governo por apoio ao setor e alertou sobre redução do preço do leite em pó no varejo.
Segundo o secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a tendência é que os efeitos da entressafra no mercado sejam suavizados uma vez que os produtores têm investido mais em alimentação e nutrição dos bovinos leiteiros, o que garante captação mais constante ao longo do ano.
Durante a reunião, as entidades que integram o Conseleite ainda debateram a importância de adoção de uma campanha para divulgar a qualidade e os atributos dos produtos lácteos gaúchos. O projeto segue em debate no colegiado.

Sindilat debate tarjas para indicar produto mais saudável

Representantes do setor laticinista gaúcho debateram ontem, em reunião do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat), a exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de incluir nas embalagens tarjas coloridas (verde, amarelo e vermelho) para indicar grau de adição de açúcar e sódio nos produtos. O uso dessa "sinaleira" nos alimentos busca adoção de hábitos mais saudáveis. "É um caminho pela valorização de produtos mais saudáveis e que está sendo acompanhado de perto pelo Sindilat", pontuou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.
No encontro, o dirigente ainda detalhou agenda, na semana passada, em São Paulo (SP), em que se tratou da negociação do Mercosul com a União Europeia pelo uso dos nomes Parmesão, Gruyère, Roquefort, Fontina, Gorgonzola e Grana por queijos latinos. Segundo Guerra, a posição do Conselho Nacional da Indústria de Laticínios (Conil) e do Sindilat é de não aceitar restrições. "Isso não poderá ser admitido porque nossos consumidores já estão acostumados com essa nomenclatura. O setor laticinista é sempre moeda de troca em negociações internacionais. Isso não podemos aceitar", disse.
O secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, apresentou relato sobre as reuniões realizadas, neste mês, com a embaixada da Argentina, em Brasília (DF). Ele reforçou a importância de aproximação com os países vizinhos e de não estabelecer uma relação apenas de enfrentamento. "Podemos nos valer de ganhos que esses mercados já tiveram, como custo de insumos mais competitivos na criação", exemplificou.