O Rota 2030, política industrial para o setor automotivo que deverá substituir o Inovar-Auto, ainda não está maduro e não há prazo definido para uma publicação da nova regra, segundo Marcelo Pacheco dos Guaranys, subchefe de análise e acompanhamento de políticas governamentais da Casa Civil. "O prazo é quando (a nova regra) estiver avançada e discutida. O Mdic (Ministério da Indústria e Comércio Exterior) tem uma preocupação com o tempo, mas o nosso tempo é quando estiver pronta a discussão", disse Guaranys.
Em fevereiro, o ministro da Indústria, Marcos Jorge de Lima, havia dito que o programa seria lançado ainda naquele mês - o que não se concretizou. Segundo Guaranys, restam ajustes técnicos - por exemplo, ainda há uma discussão com a Receita sobre como vincular a cobrança de IPI a índices de eficiência energética.
A declaração foi dada após debate, no instituto Insper, sobre estudos divulgados pelo Banco Mundial que fizeram duras críticas às políticas industriais do País. O relatório afirmou que esses programas não incentivaram a inovação nem a produtividade - seriam apenas subsídios que desencorajaram a entrada de novas empresas no mercado, levaram a um desperdício de recursos públicos e podem inclusive ter estimulado a corrupção.
Para as montadoras, as indefinições sobre o Rota 2030 já afetam os planos de investimentos. O setor anunciou R$ 16,7 bilhões em aportes no País até 2022.