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mercado de trabalho

- Publicada em 01 de Março de 2018 às 16:10

Profissionais criam comitê em escritório para abordar questões de gênero na advocacia

Fernanda Girardi e Raquel Stein desenvolveram pesquisa para compreender necessidades da empresa

Fernanda Girardi e Raquel Stein desenvolveram pesquisa para compreender necessidades da empresa


LUIZA PRADO/JC
No final do ano passado, as advogadas Raquel Stein e Fernanda Gerardi deram início a um novo projeto dentro do escritório Souto Correa, onde trabalham, desenvolvendo um comitê de diversidade. O órgão é um dos componentes da governança interna, e tem o objetivo primordial de prover ferramentas para as demais áreas do escritório para abordar questões de gênero, atuando de maneira consultiva.
No final do ano passado, as advogadas Raquel Stein e Fernanda Gerardi deram início a um novo projeto dentro do escritório Souto Correa, onde trabalham, desenvolvendo um comitê de diversidade. O órgão é um dos componentes da governança interna, e tem o objetivo primordial de prover ferramentas para as demais áreas do escritório para abordar questões de gênero, atuando de maneira consultiva.
Raquel, já envolvida com o tema por sua atuação como presidente do Women In Law Mentoring Brazil (WLM), explica que o comitê atua em parceria com uma consultoria especializada em diversidade, que deve ficar responsável pelos treinamentos internos. Além disso, outras ferramentas ainda deverão ser desenvolvidas. "Vamos avaliar os problemas pontuais do escritório a partir de um questionário sobre o tema com todos os funcionários para, a partir daí, criar um plano estratégico de atuação", garante.
Até mesmo uma identidade visual foi estruturada para poder mostrar ao público externo a política desenvolvida pelo escritório. "Dessa forma, as pessoas vão se sentir acolhidas e mais à vontade para participar dos processos seletivos", explica Raquel. A ideia é repensar onde estão sendo vinculadas essas vagas e que tipo de público está sendo atingido. A advogada reforça que não se pode mais seguir somente indicações. "Assim vamos mantendo sempre o mesmo perfil, sem trazer, de fato, a diversidade que queremos", aponta.
Raquel e Fernanda são as únicas profissionais à frente do comitê, mas devem inserir um novo integrante em seguida para realizar os trabalhos. A intenção é manter uma normativa já imposta através do código interno do escritório, apenas efetivando questões de diversidade através de ações pontuais.

Maioria no mercado, advogadas ocupam apenas um terço de quadros societários

O comitê não surgiu a partir de uma situação específica. Em uma pesquisa da WLM em parceria com o Bachmann & Associados, realizada no final do ano passado, foi possível perceber que as mulheres, mesmo sendo maioria dentro dos escritórios, são as que menos ocupam posições em quadros societários. O levantamento foi uma iniciativa tomada durante o 1º Fórum Women in Law Mentoring, realizado em Porto Alegre, que teve como principal tema Diversidade e complementaridade: uma nova inteligência jurídica.
A pesquisa foi realizada em 33 escritórios, totalizando 2.743 advogados e advogadas, com unidades em seis estados mais o Distrito Federal. A maioria dos escritórios participantes tem menos de 50 profissionais, com a máxima concentração sendo de empresas com menos de 30.
A quantidade de homens e mulheres, incluindo sócios, no conjunto de advogados dos escritórios participantes do levantamento mostra significativa prevalência do sexo feminino. A participação das mulheres é de 56%, enquanto a dos homens é de 44%. A exceção ocorre justamente na posição mais privilegiada, de sócio de capital, em que mulheres representam apenas um terço da categoria.
Em termos de remuneração, dos 10% que receberam os melhores salários, 60% são homens. O estudo identifica que a principal causa disso está diretamente relacionada pelas posições ocupadas por esses advogados, que ainda estão à frente dessas organizações, ainda levando em conta que a entrada de mulheres no Direito é um fenômeno recente.
Sobre a criação de iniciativas que afirmem a diversidade de gênero dentro dos escritórios, 63% das empresas afirmam desenvolvê-las. Mesmo aquelas que não afirmam ter alguma iniciativa formal, garantem que não fazem diferenciação de gênero.
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