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- Publicada em 19 de Março de 2018 às 16:01

Vaquinha virtual para música


COLETIVO MUSICA DA CASA VERDE/DIVULGAÇÃO/JC
Eduardo Lesina
O som marcante das baquetas que abrem um show marca também o início de mais uma noite de música na Casa Verde. Desde 2013, a casa esverdeada na rua Pastor N. Gomes, nº 45, em Esteio, recebe artistas - locais ou não - para propor um ambiente de cultura na cidade. Coordenada pelo coletivo Música da Casa Verde, o local já possui uma identidade que ultrapassa os limites do município e atrai, mensalmente, bandas e apreciadores de toda Região Metropolitana. Entretanto a sonoridade já característica do local pode ser interrompida.
O som marcante das baquetas que abrem um show marca também o início de mais uma noite de música na Casa Verde. Desde 2013, a casa esverdeada na rua Pastor N. Gomes, nº 45, em Esteio, recebe artistas - locais ou não - para propor um ambiente de cultura na cidade. Coordenada pelo coletivo Música da Casa Verde, o local já possui uma identidade que ultrapassa os limites do município e atrai, mensalmente, bandas e apreciadores de toda Região Metropolitana. Entretanto a sonoridade já característica do local pode ser interrompida.
Desde sua criação, os últimos dois anos marcaram uma ascensão do espaço, que passou a receber um público cada vez maior e, por isso, teve de arcar com novas responsabilidades. Devido ao crescimento, o Corpo de Bombeiros de Esteio alertou ao coletivo que seria necessária a realização de mudanças estruturais, a fim de enquadrar a casa nas normas do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI). "Os bombeiros nos auxiliaram no planejamento vindo aqui e nos apontando tudo que falta para adquirir o necessário", conta Diego Adorna, um dos membros do coletivo. Entre as exigências feitas pelos bombeiros está a instalação de extintores de incêndio, placas de sinalização e lâmpadas e saídas de emergência.
Entre um acorde e outro, a Música da Casa Verde busca reunir a quantia necessária para custear as reformas e manter o projeto em andamento. "Não somos como um bar ou uma casa de festa, por isso não visamos lucro nos eventos que acontecem aqui na casa", explica Adorna, que é guitarrista da banda Epigraves. A vocalista da banda Solar e membro do coletivo, Fernanda Hartmann, explica como funciona os ingressos em cada evento: "cobramos uma entrada simbólica de R$ 10,00, que é totalmente revertida para quem está trabalhando na casa, seja para bandas, fotógrafos ou outros artistas". Para manter os custos de aluguel do ambiente, os 13 membros do coletivo contribuem com um valor fixo mensal. Além disso, durante a realização dos shows, os ganhos com o bar são utilizados para o caixa interno.
No entanto o custo com as reformas necessárias ultrapassou o esperado, e o grupo contraiu uma dívida nessa adequação. Desse modo, o grupo criou um financiamento coletivo no vakinha.com.br, no qual os interessados podem doar - através de boleto ou de cartão de crédito - a fim de contribuir para a manutenção do espaço. O projeto custou R$ 3 mil aos cofres do coletivo, quantia essa que é a meta final da arrecadação on-line. Além da iniciativa virtual, a casa voltará à ativa para suprir os gastos. As doações vão até 1 de maio.
Entre músicos e produtores, a Música da Casa Verde se formou na ligação entre um grupo de amigos de Esteio, que, desde a adolescência, já tocavam juntos, somados a outros músicos que conheceram na faculdade. "A gente começou a fazer reuniões no centro de vivência do Campus do Vale, na Ufrgs, nos domingos; e levávamos nossos equipamentos para tocar lá. A partir disso, pensamos em alugar uma casa para servir de estúdio, visto que todos tinham bandas, e os gastos com estúdio eram muito altos para nós", relembra Marcel Andrade, que é técnico de som e produtor musical na casa. "No começo, a ideia era ter um estúdio voltado para nós; mas, com o passar do tempo, isso foi se apagando e dando lugar a ideia de montar um espaço de cultura na cidade", conta Adorna. "Hoje, se tornou algo muito mais para os outros do que para nós."
Também membro do coletivo, Andrade conta que, no início, a casa não tinha nem telhado e estava destruída, mas era muito bem localizada (próximo à estação Luiz Pasteur). A ligação com a estação de trem vai além da proximidade física. Os shows apresentados no local se iniciam às 18h e se encerram às 23h, visando quem precisa do trem para se locomover entre as cidades próximas. Essa proximidade foi um dos fatores que alavancaram a Casa Verde na cidade: "como sempre enfrentamos esse problema, agendamos os shows até certo horário para não atrapalhar quem depende do trem para voltar para casa", diz Adorna.
A casa se tornou conhecida através da forma mais natural: de pessoa para pessoa. "Temos a página no Facebook (Música da Casa Verde), mas a grande parte da divulgação foi feita por nós no boca a boca. Hoje, a gente tem uma divulgação melhor, feita pelos membros do coletivo", aponta Adorna. Esse crescimento surpreendeu até mesmo os membros do coletivo nesse momento de turbulência: "No começo, foi um momento tenso; mas, agora que estamos vendo o apoio da galera, o ânimo para continuar aumenta". Com a pequena ajuda dos amigos, a Música da Casa Verde persiste.
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