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Opinião

- Publicada em 23 de Fevereiro de 2018 às 15:40

Um negócio que é bom para alguns

No início de fevereiro, assistimos ao impasse judicial travado com ativistas sobre o embarque de cargas vivas no porto de Santos, causando revolta nos produtores e nos pecuaristas do País, e dúvidas na população sobre o que realmente estava acontecendo.
No início de fevereiro, assistimos ao impasse judicial travado com ativistas sobre o embarque de cargas vivas no porto de Santos, causando revolta nos produtores e nos pecuaristas do País, e dúvidas na população sobre o que realmente estava acontecendo.
Segundo os responsáveis pela exportação de "carga viva", esse comércio segue rigorosamente a legislação em vigor, o que não é verdade. Ao não levar em conta as questões éticas, legais, sanitárias, bem-estaristas e, sobretudo, de respeito à vida dos milhares de animais que cruzaram o oceano entre janeiro de 2017 e janeiro de 2018, estão condenando-os a um transporte em imundos, sujos e escuros navios.
Com o impasse, algumas dúvidas foram esclarecidas. O laudo da veterinária Magda Regina, que inspecionou o navio Nada, fundamentou a decisão de proibir embarques no País, decisão que foi revogada depois, diante da pressão exercida pelo ministro Maggi, do Mapa, e por Temer. Magda descreve a síntese da crueldade: para aumentar o lucro, embarcam mais animais do que é possível em uma situação de bem-estar. Nas baias, todos ficam em pé. Os terneiros que deitam, pelo cansaço, são pisoteados e até morrem. Constatada a morte, a carcaça é jogada ao mar. O gado é medido por tonelada, e não por cabeça. Na travessia - de mais de 15 dias -, chegam menos terneiros e mais peso ao destino. É um bom negócio, menos para o animal.
Querem impingir aos ativistas da causa animal a pecha de minorias antipatriotas, mas os donos de grandes extensões de terras e os pecuaristas é que são minoria neste Brasil desigual. Este cruel negócio deve ser revisto e, no mínimo, atender à legislação brasileira, que exige a presença de técnicos acompanhando a carga viva até seu destino final. As empresas que exploram esta crueldade, não são aceitas por parte da sociedade, que se mobilizará a cada novo embarque. As commodities em pauta têm sentimentos, dor, medo e fome. Sim, elas têm vida!
Deputada estadual (Rede Sustentabilidade)
 
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