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Opinião

- Publicada em 22 de Fevereiro de 2018 às 17:48

Um Brasil sem corrupção e a ética relativizada

Novamente, operações da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão em Curitiba, por conta de corrupção nas concessões de rodovias no Paraná. E no seguro-desemprego, desvios fraudulentos em outros estados. Por isso, há pessoas que dizem "não aguentar mais o noticiário sobre as vigarices reveladas pela Lava Jato, com prisões, habeas corpus, frases de efeito, liberdades e novas prisões". Enfim, usam das entrelinhas, parágrafos e decisões jurídicas ao sabor de códigos prolixos e com pouca ou nenhuma punição, ao final das contas.
Novamente, operações da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão em Curitiba, por conta de corrupção nas concessões de rodovias no Paraná. E no seguro-desemprego, desvios fraudulentos em outros estados. Por isso, há pessoas que dizem "não aguentar mais o noticiário sobre as vigarices reveladas pela Lava Jato, com prisões, habeas corpus, frases de efeito, liberdades e novas prisões". Enfim, usam das entrelinhas, parágrafos e decisões jurídicas ao sabor de códigos prolixos e com pouca ou nenhuma punição, ao final das contas.
Mas o que a população quer é a punição dos que furtaram o dinheiro público, principalmente se forem do popularmente chamado "andar de cima", gente influente e que gozava de alto padrão de vida, mas, assim mesmo, buscou retirar mais e mais verbas oficiais por meios fraudulentos, com corrupção desenfreada.
O que deveria ser um ato esporádico em termos de corrupção, com investigação, denúncia, julgamento e posterior prisão, transformou-se em rotina. Afirma-se que "antes tínhamos presos políticos no Brasil, quando do regime militar; agora, temos políticos presos no País". Faz muito sentido, se comparados, linearmente, os períodos de 1964 a 1985 e o atual.
Enquanto isso e no rastro dos debates há parlamentares que parecem estar prisioneiros de um estado mental de alienação social. Incapazes de evadir-se dele, porque lhes falta o aparelho psíquico de percepção da realidade do País em que vivem, com seus problemas crônicos. Aí temos frases e promessas repetidas, mas jamais cumpridas, impunidade sistemática obtida nas filigranas jurídicas que permeiam os códigos penais. Educação, cultura, trabalho e esforço de toda a sociedade, o que modificaria, aí sim, o Brasil, isso deveria ser incutido nas crianças desde a mais tenra idade. Só assim, teríamos uma nova sociedade. No Brasil, os ricos custam para serem punidos mais do que os folclóricos "ladrões de galinha", segundo o imaginário popular. Geralmente pobres, pretos e as prostitutas os que estão entulhando as prisões, de Norte a Sul.
Mas, somos assim e, nas próximas eleições, candidatos, alguns dos que hoje estão no noticiário como malfeitores serão eleitos, lamentavelmente.
A questão que se coloca, entretanto, é que estamos identificando, denunciando e clamando por soluções de problemas há muitos anos e o que vemos são apenas repetições, com uma ou outra novidade, geralmente tecnológica, no modo de operação das fraudes ou da falta de ética. As impressões éticas de certas autoridades parecem sofrer uma forma de mutilação na base da própria satisfação, sem importar o todo, a consciência nacional, o sofrido povo. Repete-se essa teoria porque ela é o embasamento, muito triste, do que se passa no Brasil. Então, há que se mudar códigos processuais, diminuir gastos e punir "exemplarmente" os criminosos.
Não temos muita disciplina cívica, não há grande amor, em geral, pelo cumprimento do dever, antes dos direitos, palavra, aliás, citada 74 vezes na Constituição Cidadã de 1988, enquanto a palavra deveres aparece não mais que em quatro citações. Este, ao fim, é o relativismo ético que tanto mal causa à sociedade e emperra o nosso progresso, em um Brasil tão rico pela natureza, mas pobre em progresso e igualdade social. No entanto, devemos persistir no combate à corrupção, impedindo que se espalhe feito metástase. É o único caminho que temos, sem atalhos, para trilharmos a senda do progresso, da ética e da purificação social.
 
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