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Opinião

- Publicada em 22 de Fevereiro de 2018 às 16:10

A mitologia do tempo

A conexão que marca a trilogia presente, passado e futuro envolve e perturba o homem, e ainda o confunde em níveis profundos. O presente é um tempo manifesto, ocasional, prático, efetivo e exequível; é um período cronológico provisório, um elo de união [T1][T2] entre o pretérito e o porvir. O passado é um tempo sem retorno, consumado, utilitário pleno de expectativas; é uma conexão com o futuro. O futuro é um tempo de expectativa e de angústia. Essa instância cronológica é, ao mesmo tempo, indução, inferência e ilação. Na mitologia grega, é o equivalente a Saturno, que, por vezes, se confunde com Cronos, entidade mítica que devorava os próprios filhos.
A conexão que marca a trilogia presente, passado e futuro envolve e perturba o homem, e ainda o confunde em níveis profundos. O presente é um tempo manifesto, ocasional, prático, efetivo e exequível; é um período cronológico provisório, um elo de união [T1][T2] entre o pretérito e o porvir. O passado é um tempo sem retorno, consumado, utilitário pleno de expectativas; é uma conexão com o futuro. O futuro é um tempo de expectativa e de angústia. Essa instância cronológica é, ao mesmo tempo, indução, inferência e ilação. Na mitologia grega, é o equivalente a Saturno, que, por vezes, se confunde com Cronos, entidade mítica que devorava os próprios filhos.
O símbolo mítico surge como o protótipo do filicida oral, que, atualmente, é revivido pelos assassinos de nossas crianças, os pedófilos criminosos, que, sem perdão nem indulto, assumem um espaço amplo e profundo, constituindo uma ação grave e desumana, da prática do crime associado à pedofilia; mesmo que não incorra em crime de morte, a ferro e a fogo no psiquismo da criança, de maneira perpétua, assenta uma marca que nem o tempo destrói.
Na mitologia grega, o tempo é representado pela imagem de Cronos, filho de Urano e Gaia (céu e terra). Na maioria dos registros iconográficos, o tempo é visto pela imagem de um ancião de longas barbas.
Atribui-se a ele o extermínio de anjinhos desvalidos. Tal como a figura mítica de Cronos, que devora os próprios filhos, muitos dos seres humanos "devoram" o tempo presente, acorrentados ao "oráculo" do passado, descuidando a praticidade e a pertinência do tempo atual. O presente é um tempo substituindo o passado: é provisório, momentâneo, normativo e de conjuntura, e oportuno. É um encontro de circunstâncias; é o exercício da praticidade. É o lance final para o futuro. É a estação definitiva, decisiva, categórica e objetal. Está sempre definindo um momento, um ensejo, bem como está deliberando uma situação subjacente. O presente é o tempo a consubstanciar ou a sepultar quimeras, devaneios ou mesmo fantasias, desígnios, que, em certos períodos da vida, surgem de modo avassalador. Pertencem a ele o enfrentamento cabal com o futuro, e, nele, está inscrita a máxima: "seu fim é o seu começo".
Jornalista e psicanalista
 
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