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Opinião

- Publicada em 09 de Fevereiro de 2018 às 14:38

O Theatro São Pedro e o legado de Eva Sopher

O Theatro São Pedro é um ícone da história do Rio Grande do Sul. Situado na Praça da Matriz, onde estão as sedes dos Três Poderes no Estado, bem como a Catedral Metropolitana, o espaço cultural é um monumento por si só. Não apenas arquitetônico. Tampouco sua importância se restringe à sua história, que chega aos 160 anos em 27 de junho próximo.
O Theatro São Pedro é um ícone da história do Rio Grande do Sul. Situado na Praça da Matriz, onde estão as sedes dos Três Poderes no Estado, bem como a Catedral Metropolitana, o espaço cultural é um monumento por si só. Não apenas arquitetônico. Tampouco sua importância se restringe à sua história, que chega aos 160 anos em 27 de junho próximo.
O São Pedro é considerado uma das melhores casas de espetáculos do Brasil. E isso é dito não apenas pelos artistas gaúchos que lá se apresentam, mas também por renomados diretores, atores e músicos de Rio de Janeiro e São Paulo, outros estados e até mesmo do exterior.
Citado como cenário de obras literárias em diversas épocas, bem como em filmes e peças de teatro, o São Pedro resiste com 160 anos, fato raro para qualquer instituição, especialmente cultural.
E se está de portas abertas, funcionando a pleno como o teatro mais querido dos gaúchos, isso acontece pelo trabalho de muita gente. Nesse contexto, uma figura é emblemática: Eva Sopher, que morreu nesta quarta-feira, aos 94 anos.
Seu papel foi fundamental desde 1975, quando ela assumiu a direção do teatro e liderou a restauração do edifício no Centro Histórico da Capital. Com muito esforço, conseguiu reabrir o famoso palco de espetáculos em 1984 e, ao longo de quatro décadas, esteve onipresente, não apenas nas questões administrativas, mas também para receber o público a cada peça ou apresentação musical que o teatro recebia.
Presidente da Fundação Theatro São Pedro, Eva Sopher tornou-se uma das mais emblemáticas personalidades da cultura no Rio Grande do Sul. Mais do que isso, unanimidade, em um estado que nunca reelegeu governador desde a redemocratização. Pois ela conseguiu a façanha de se manter à frente do São Pedro durante a gestão de mais de 10 chefes do Executivo gaúcho.
Um reconhecimento justo, tendo em vista o trabalho incansável de Dona Eva, como era chamada no meio cultural. Ousada, ela não ficou satisfeita apenas em reabrir e manter o Theatro São Pedro. Lançou uma nova empreitada, o complexo Multipalco, que já tem muitos frutos, mas segue em obras, em busca de recursos para concluir todos os espaços culturais projetados.
Em um trabalho de formiguinha, ela foi negociando terreno a terreno lindeiro ao São Pedro, até conseguir a área para criar o novo centro de irradiação cultural da capital gaúcha. Por todos esses fatos, Eva Sopher deixa um legado cultural impressionante e incalculável, considerando todos os espetáculos de arte que permitirá serem realizados por muitos e muitos anos.
Nascida em Frankfurt, na Alemanha, em 18 de junho de 1923, Eva Sopher, de origem judaica, emigrou da Alemanha para o Brasil em 1936, devido à perseguição nazista. Morou no Rio de Janeiro, depois se fixou em São Paulo, onde estudou arte, desenho e escultura no Instituto Mackenzie. Foi casada com Wolfgang Klaus Sopher. Obteve a nacionalidade brasileira em 1950 e se mudou para Porto Alegre em 1960.
Além do reconhecimento local, em 2015, ela recebeu a Medalha Goethe, dada pela Alemanha a personalidades que se destacaram de maneira especial na promoção do intercâmbio cultural internacional.
Eva Sopher foi uma cidadã do mundo, respeitada por artistas clássicos e de vanguarda. Ela será sempre lembrada com carinho, não apenas pela comunidade cultural, mas por todos os gaúchos.
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