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Internacional

- Publicada em 22 de Fevereiro de 2018 às 16:45

'Discurso de ódio passou à realidade no mundo', afirmou Salil Shetty

Situação na Venezuela é a pior crise humanitária da história do país

Situação na Venezuela é a pior crise humanitária da história do país


/FEDERICO PARRA/AFP/JC
Um ano em que o discurso de ódio passou à prática - assim 2017 foi descrito no relatório da Anistia Internacional intitulado "O Estado dos Direitos Humanos no Mundo", publicado nesta quinta-feira. Foi a primeira vez, em 56 anos, que o lançamento do documento foi feito em Washington - forma de reforçar o recado contra políticas de Donald Trump, consideradas discriminatórias pelo órgão.
Um ano em que o discurso de ódio passou à prática - assim 2017 foi descrito no relatório da Anistia Internacional intitulado "O Estado dos Direitos Humanos no Mundo", publicado nesta quinta-feira. Foi a primeira vez, em 56 anos, que o lançamento do documento foi feito em Washington - forma de reforçar o recado contra políticas de Donald Trump, consideradas discriminatórias pelo órgão.
Entre elas, o relatório destaca o veto a viajantes de países islâmicos, a suspensão de vistos temporários para populações afetadas pela violência ou por desastres naturais, a redução do número de refugiados abrigados pelos EUA, a manutenção da prisão de Guantánamo e o corte de verbas para ajuda humanitária pelo mundo. "Infelizmente, o discurso de ódio passou à realidade de ódio", afirmou Salil Shetty, secretário-geral da Anistia Internacional. O documento avaliou a situação de 159 países.
A organização concluiu que a retórica de Trump contra imigrantes e minorias se refletiu nas políticas e nas prioridades de seu primeiro ano de governo, e, em função da influência dos EUA no cenário internacional, está estimulando outros líderes mundiais a agirem de forma semelhante. "Se o presidente norte-americano legitima violações aos direitos humanos, imagine as consequências disso ao redor do mundo", afirmou Shetty. "Há líderes que só esperavam por um pretexto para agir."
No cenário internacional, o relatório destaca a Polônia, cujo governo nacionalista tentou reformar o Judiciário e apertou o controle da mídia; Mianmar, que vive campanha de limpeza étnica contra a minoria muçulmana rohingya; Filipinas, onde a guerra às drogas do presidente Rodrigo Duterte provocou milhares de mortes pela polícia e grupos de extermínio; e Venezuela, cuja situação é qualificada como "a pior crise humanitária da sua história".
"É como se essa retórica estivesse formalizada, institucionalizada", afirmou Erika Rosas, diretora da Anistia Internacional para as Américas. "E isso está ganhando impulso e apoio popular."
Ela avalia que o discurso nacionalista ganha especial força na América Latina, cuja população sofre com altos índices de violência, desigualdade e pobreza. O órgão manifesta preocupação com as consequências dessa retórica nas eleições gerais deste ano, com possibilidades de protesto e repressão policial.
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