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Estados Unidos

- Publicada em 15 de Fevereiro de 2018 às 15:39

Ex-aluno é acusado formalmente por massacre em escola na Flórida

Cruz comprou legalmente, há cerca de um ano, a AR-15 usada no ataque

Cruz comprou legalmente, há cerca de um ano, a AR-15 usada no ataque


/MIGUEL GUTTIEREZ/AFP/JC
Um órfão de 19 anos com um passado problemático e seu próprio fuzil AR-15 foi acusado formalmente, nesta quinta-feira, pelo homicídio premeditado de 17 pessoas no dia anterior, no pior episódio do tipo em escolas dos Estados Unidos em cinco anos. Agentes de segurança disseram que o suspeito, Nikolas Cruz, comprou legalmente a arma usada no ataque.
Um órfão de 19 anos com um passado problemático e seu próprio fuzil AR-15 foi acusado formalmente, nesta quinta-feira, pelo homicídio premeditado de 17 pessoas no dia anterior, no pior episódio do tipo em escolas dos Estados Unidos em cinco anos. Agentes de segurança disseram que o suspeito, Nikolas Cruz, comprou legalmente a arma usada no ataque.
O procurador-geral norte-americano, Jeff Sessions, afirmou desejar que o Departamento de Justiça estude as relações entre doenças mentais e a violência com armas, para melhor entender como tornar as leis mais eficientes para evitar esse tipo de episódio. "Não se pode negar que algo perigoso e nada saudável acontece em nosso país", afirmou Sessions a um grupo de xerifes em Washington.
Nesta quinta-feira, 14 sobreviventes estavam hospitalizados, após o ataque na escola Marjory Stoneman Douglas, de Ensino Médio. Entre os mortos estavam o diretor de atletismo da escola e outro adulto, ainda não identificado, que era monitor na instituição. As autoridades disseram que eles foram heróis no episódio.
Trata-se do caso mais mortífero em uma escola dos EUA desde o ocorrido há cinco anos em Newtown, Connecticut. O grupo Everytown For Gun Safety já contabilizou 290 ataques com armas em escolas nos EUA desde 2003, sendo 18 apenas neste ano.
Cruz comprou legalmente a AR-15 usada no ataque há cerca de um ano. As autoridades, até agora, não citaram um motivo possível para o ato, exceto que ele havia sido expulso do colégio, que tem cerca de 3 mil estudantes. Os colegas disseram saber que ele era um adolescente instável, cujo comportamento estranho havia afastado amizades. O suspeito foi detido sem confronto, cerca de uma hora após o ataque, em um bairro localizado a um quilômetro de distância da escola. Ele ainda tinha muita munição, disseram autoridades.
O jovem, expulso por problemas disciplinares, costumava usar as redes sociais para mostrar seu apreço por armas, disseram ex-colegas e investigadores que cuidam do caso. Amigos de Cruz afirmaram ao jornal Miami Herald que, além das armas, ele falava pouco da família. Sabiam apenas que ele foi adotado junto com o irmão por um casal de Nova Iorque quando ainda eram crianças. Roger e Lynda Cruz se mudaram, então, para Parkland com os novos filhos. A mãe morreu há três meses, após contrair uma pneumonia. Lynda criara as crianças praticamente sozinha, depois que o marido morreu, há 13 anos. Atualmente, Cruz e o irmão estavam sob os cuidados de amigos da família.
 

Trump liga tiroteio à saúde mental, mas não ao controle de armas

Em seu primeiro pronunciamento após o tiroteio que deixou 17 mortos em uma escola da Flórida, o presidente dos EUA, Donald Trump, destacou que quer atacar a questão da saúde mental, a fim de evitar novos atentados em escolas. "Nenhuma criança ou aluno deveria estar em perigo em uma escola norte-americana", afirmou, pedindo que as vítimas e suas famílias respondam aos ataques com amor e bondade, e conversem entre si.
Em nenhum momento, o presidente mencionou o controle da venda e do porte de armas nos EUA. A cada novo tiroteio no país, a discussão sobre a restrição do acesso a armamentos ganha força.
Ao enfatizar a necessidade de incrementar as iniciativas ligadas à saúde mental, o republicano repetiu o discurso adotado após o tiroteio em uma igreja do Texas, em novembro do ano passado, quando afirmou que o massacre, que deixou 26 mortos, não tinha a ver com armas, mas com saúde mental. O atirador Nikolas Cruz recebeu atendimento psiquiátrico, mas deixou de frequentar a clínica há mais de um ano.
O raciocínio de Trump foi replicado pelo governador da Flórida, Rick Scott. "Acima de tudo, pessoas que têm problemas mentais jamais deveriam ter acesso a uma arma", afirmou. Para ele, é necessário investir em saúde mental nas escolas, por meio de conselheiros e psicólogos.
O xerife do condado de Broward, Scott Israel, também fez um apelo para que autoridades de segurança sejam autorizadas a investigar ou interrogar pessoas com sinais de distúrbio mental que possuam armas, e que encaminhem os suspeitos para tratamento psiquiátrico preventivo.
O único a destacar o controle de armas foi o superintendente das escolas do condado de Broward, Rob Runcie. "Agora é a hora de o país ter uma conversa real sobre as leis de controle de armas", afirmou. "Se não investirmos recursos, não será uma questão de se, mas de quando ocorrerão novos massacres."