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Internacional

- Publicada em 14 de Fevereiro de 2018 às 16:06

Ex-presidente da Guatemala e ex-presidente da Oxfam são presos por corrupção

Caballeros e oito ex-ministros de seu governo foram presos por corrupção

Caballeros e oito ex-ministros de seu governo foram presos por corrupção


JOHAN ORDONEZ/AFP/JC
Agência Brasil
O ex-presidente da Guatemala, Álvaro Colom Caballeros, e oito ex-ministros de seu governo (2008-2012), além de um ex-vice-ministro, foram presos nessa terça (13), acusados de fraudar e desviar milhões de dólares do sistema de transporte público implantado na Cidade da Guatemala a partir de 2009.
O ex-presidente da Guatemala, Álvaro Colom Caballeros, e oito ex-ministros de seu governo (2008-2012), além de um ex-vice-ministro, foram presos nessa terça (13), acusados de fraudar e desviar milhões de dólares do sistema de transporte público implantado na Cidade da Guatemala a partir de 2009.
Entre os ex-ministros detidos na operação coordenada pelo Ministério Público (MP) guatemalteco está Juan Alberto Fuentes Knight, que presidia a organização humanitária Oxfam International. Durante o governo Colom, Fuentes chefiou a pasta de Finanças Públicas.
Pouco após ser detido em sua residência, Colom disse a jornalistas que, para sua equipe, todo o projeto transcorreu dentro da legalidade. ?Veremos o que diz o juiz [do caso]?, declarou o ex-presidente guatemalteco, segundo os principais veículos de imprensa do país.
Juan Alberto Fuentes também disse a jornalistas que é inocente. A Oxfam anunciou que Fuentes renunciou ao cargo para se defender das acusações ?com vigor?. Colom estava à frente da entidade desde abril de 2015 ? quando a organização não-governamental (ONG) anunciou que sua nomeação coincidia com uma ?importante mudança institucional, em um momento em que a Oxfam se reorganiza para se converter em uma entidade mais global, dinâmica e influente?.
A prisão de Fuentes é mais um duro golpe na credibilidade da organização não-governamental (ONG), que enfrenta acusações de que dirigentes locais e colaboradores pagavam para ter relações sexuais com mulheres no Haiti, no Chad e no Sudão do Sul. No Haiti, onde a prostituição é proibida, os casos teriam ocorrido logo após o terremoto que devastou o país, em 2011.
Os escândalos sexuais motivaram a diretora adjunta da Oxfam, Penny Lawrence, a pedir demissão do cargo, lamentando os ocorridos. ?Me envergonho de que isto tenha sucedido sob o meu mandato e assumo toda a responsabilidade?, lamenta Penny Lawrence em nota divulgada pela Oxfam. ?Sinto profundamente o dano e a angústia gerada naqueles que apoiam a Oxfam, em todos os setores e, sobretudo, nas pessoas em situação de vulnerabilidade que confiaram em nossa organização.?
A Oxfam Brasil se manifestou hoje (14) sobre os casos, afirmando que os abusos sexuais ?são revoltantes e inadmissíveis?. Segundo a instituição, uma comissão independente investigará os casos relatados e os processos de recrutamento estão passando por uma revisão.  ?Não pode haver espaço na Oxfam para quem abusa da posição de poder e da confiança de milhares de pessoas?, disse a instituição em nota.
A filial brasileira também se manifestou sobre a prisão de Fuentes e considerou que seu indiciamento e prisão provisória tornaram ?insustentável sua permanência no cargo de presidente do Conselho da Oxfam Internacional, ainda que o caso seja do período anterior ao seu mandato com a organização?, completou.
Segundo a Procuradoria-Geral da Guatemala, os indícios de irregularidades na gestão do chamado Transurbano indicam que cerca de US$ 35 milhões foram desviados por meio de mecanismos legais fraudulentos. De acordo com o MP, agentes públicos e empresários de transporte participavam do esquema.
Investigadores da Promotoria Especial Contra a Impunidade, do Ministério Público e da Comissão Internacional Contra a Impunidade analisaram documentos, mensagens eletrônicas e a movimentação financeira dos suspeitos, bem como as normas legais e os procedimentos administrativos aprovados no período sob suspeita.
De acordo com o MP, testemunhas afirmaram que, em 2007, a Associação de Empresários de Ônibus (AEAU), não só financiou parte das campanhas eleitorais dos dois principais candidatos à presidência do país, como mobilizou eleitores ? um dos favorecidos foi Álvaro Colom, que acabou eleito.
Ainda segundo o MP, após a vitória de Colom, a associação de empresários se organizou para ?monopolizar? o sistema de transporte público, criando quatro empresas anônimas com o propósito de captar os recursos destinados ao Transurbano.
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