O plebiscito constitucional realizado domingo, no Equador, extinguiu a reeleição ilimitada no país, em uma medida que impede o retorno do ex-presidente Rafael Correa ao poder, em meio à cisão entre ele e seu sucessor, Lenín Moreno. Em uma demonstração de força do atual presidente, as sete emendas propostas na votação, que incluem temas econômicos e ambientais, foram aprovadas.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o "sim" ganhou as sete perguntas, com uma certeza estatística de 99%. No começo da madrugada de ontem, com 36% dos votos apurados, 64,8% dos eleitores eram favoráveis a que a reeleição seja restrita a apenas um mandato, sem possibilidade de volta de um ex-presidente ao cargo, como seria o caso de Correa.
Até então, as perguntas que vinham obtendo mais apoio eram as que definiam a proscrição da vida pública a políticos acusados de corrupção (74,1%), a que pedia a não prescrição de delitos sexuais contra menores (73,9%) e a que defendia a limitação do uso de terras para a mineração que afetem o ambiente (69,2%). O CNE afirmou que votaram 10,5 milhões de pessoas (de um total de 13 milhões de eleitores), e que não houve distúrbios nem incidentes graves reportados pelos observadores internacionais.
O presidente Lenín Moreno afirmou que a consulta popular tinha "importância transcendental" para o país, "porque não vamos mais deixar que os corruptos debochem de nós". Ele passou o domingo todo interagindo com os eleitores pelas redes sociais. Em uma de suas postagens, afirmou: "queridos companheiros, independentemente dos resultados de hoje, já vencemos. A traição e a campanha mais desigual da história contemporânea fez com que déssemos o melhor de nós. Obrigado aos milhares de voluntários de nossa campanha".