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- Publicada em 28 de Fevereiro de 2018 às 15:35

Brasil só deve atingir alto nível de leitura em 260 anos, aponta estudo do Banco Mundial

País não apresentou avanço em avaliações como a de Matemática

País não apresentou avanço em avaliações como a de Matemática


/GABRIELA DI BELLA/ARQUIVO/JC
Um relatório do Banco Mundial estima que o Brasil vai demorar 260 anos para atingir o nível educacional de países desenvolvidos em leitura e 75 anos em Matemática. O País tem avançado, mas a passos lentos. O cálculo foi feito com base no desempenho dos estudantes em todas as edições do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), aplicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Um relatório do Banco Mundial estima que o Brasil vai demorar 260 anos para atingir o nível educacional de países desenvolvidos em leitura e 75 anos em Matemática. O País tem avançado, mas a passos lentos. O cálculo foi feito com base no desempenho dos estudantes em todas as edições do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), aplicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Essa é a primeira vez que o World Development Report, relatório anual que discute questões para o desenvolvimento mundial, é dedicado totalmente à educação. A conclusão mais importante do documento é que há uma "crise de aprendizagem" no mundo todo.
"Nos últimos 30 anos, houve grandes progressos em colocar as crianças nas escolas na maioria dos países, mas, infelizmente, muitas não entendem o que leem ou não sabem fazer contas", lamenta o diretor global da área de educação do Banco Mundial, Jaime Saavedra.
Segundo o relatório, 125 milhões de crianças no mundo estão nessa situação. Na América Latina e no Caribe, apenas cerca de 40% das crianças nos anos finais do Ensino Fundamental chegam ao nível considerado mínimo de proficiência em Matemática, enquanto na Europa e na Ásia são 80%. Na África Subsaariana, só 10% dos alunos têm níveis aceitáveis de leitura.
O texto sistematiza evidências e casos de sucesso para traçar um panorama da educação mundial. A Coreia do Sul e, mais recentemente, o Peru e o Vietnã são países citados como alguns dos que conseguiram avançar com reformas e novas políticas. A valorização dos professores, a avaliação dos sistemas, a melhor gestão das escolas e o investimento em Educação Infantil foram citados como sugestões para reverter o quadro.
O Brasil é um dos países que fazem parte dessa crise de aprendizagem, apesar de avanços recentes. No último Pisa, porém, o País não aumentou sua nota em leitura e caiu em Matemática. "Há reformas que estão sendo feitas, como a do Ensino Médio, que têm potencial muito grande de afetar essa trajetória", opina André Loureiro, economista do Banco Mundial. Para ele, a flexibilização do currículo e a diminuição do número de disciplinas devem deixar a escola mais atrativa para os jovens.
A presidente do Movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz, destaca que são conhecidos os fatores de fracasso e de sucesso das políticas públicas aplicadas na educação. "O Brasil precisa, urgentemente, de um plano estratégico de educação. A gente abandona as políticas e recomeça do zero sem ter aprendido nada com o passado", critica. Para Priscila, os dois pontos principais desse plano deveriam ser a valorização do professor e da primeira infância.
Já o coordenador de pesquisas do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Naercio Menezes Filho, acredita que o Brasil teve problemas com a formação de professores devido à rapidez com que teve de expandir o sistema, a fim de trazer mais crianças às escolas.
 
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