The Chefs, A Massa, A Pizza, Poke's e Seasons são todos dos mesmos donos

Difícil tocar apenas um negócio? Imagine seis


The Chefs, A Massa, A Pizza, Poke's e Seasons são todos dos mesmos donos

Há quem pense duas vezes antes de abrir uma empresa por causa do envolvimento que exige e pelas incertezas que gera. Imagine, então, como é a vida de Gabriel Zambon (foto), 33 anos, de Caxias do Sul, que tem seis operações gastronômicas em Porto Alegre. Seus negócios somados, nos últimos dois anos e meio, mesmo com toda a crise, cresceram 500% na combinação entre faturamento, número de funcionários e unidades.
Há quem pense duas vezes antes de abrir uma empresa por causa do envolvimento que exige e pelas incertezas que gera. Imagine, então, como é a vida de Gabriel Zambon (foto), 33 anos, de Caxias do Sul, que tem seis operações gastronômicas em Porto Alegre. Seus negócios somados, nos últimos dois anos e meio, mesmo com toda a crise, cresceram 500% na combinação entre faturamento, número de funcionários e unidades.
Gabriel é o fundador do Grupo Seasons, ao lado da esposa, Carina Gaviraghi, e do irmão, Rodrigo Zambon. Em 2012, ao voltar de uma temporada de anos de experiências profissionais e cursos de culinária em Londres, o trio abriu o restaurante Seasons, com foco em alta gastronomia, no bairro Moinhos de Vento. Depois, surgiram as marcas The Chefs (hamburgueria), A Massa, A Pizza, uma central de tele-entregas e o Poke's.
No princípio, a expansão foi no mesmo quarteirão, a poucos metros de distância. "A proximidade dos negócios permite dar atenção a cada um deles, facilita inclusive o controle de qualidade", diz Gabriel. E ainda: cria um polo.
"Traz mais pessoas para a região. Se o cliente chega na hamburgueria e tem fila de espera, vai para A Pizza. Se A Pizza está cheia, opta pela A Massa", interpreta.
O que potencializa esse fluxo entre os restaurantes é o fato de que todos têm o mesmo padrão de preço. Gasta-se, em média, R$ 36,00 no almoço em qualquer um deles.
O objetivo de crescer na vizinhança se superou ao longo dos anos, junto com a experiência adquirida sobre o perfil de consumo do porto-alegrense. No final de 2017, por exemplo, os sócios deram um passo mais longe, com uma unidade do The Chefs no BarraShoppingSul, na Zona Sul da cidade. E, até o meio do ano, duas outras novidades fora do Moinhos virão: o Seasons (fechado em 2016) e o The Chefs ganharão uma casa novinha em folha, de 400m², num prédio a ser inaugurado entre a rua Anita Garibaldi e a avenida Carlos Gomes.
Como, então, fazer com que tudo isso ande bem? "Tem muito a ver com a experiência das pessoas que estão envolvidas em cada operação. O negócio é tão bom quanto a equipe que você tiver. É impossível fazer as coisas sozinho", sentencia.

A hora de fechar as portas e virar outra coisa

Mesmo com o crescimento dos negócios monitorados na ponta do lápis, Gabriel Zambon fechou, em 2016, seu primeiro restaurante, o Seasons. Isso porque, segundo ele, em época de crise, as pessoas estavam consumindo menos e tinham medo, por conta da violência, de sair.
No mesmo espaço onde funcionava o empreendimento, então, ele abriu uma central de tele-entregas. Ou seja, se a clientela não vinha ao restaurante, o produto foi até ela.
Gabriel ressalta que é muito importante, para quem tem uma empresa, ler o mercado constantemente. "Em seis meses de tele-entrega, superamos os cinco anos de faturamento do Seasons", orgulha-se. A tele serviu, ainda, para testar a aceitação do Poke's - que só virou loja física após ter sido constatada a demanda. 

Curiosidade familiar

Para não ser tão sacrificante, Gabriel e Carina moram no mesmo bairro onde mantêm a maioria de seus empreendimentos, o Moinhos de Vento. Até porque o casal, além dos negócios, tem ainda a filha Júlia, de três anos, para cuidar.

Se dedicar a cada novo nicho é um tema de casa essencial

A experiência de Gabriel Zambon prova que é dever de quem está à frente de um negócio entender a fundo sobre o produto que oferece. Mesmo que sejam vários deles (!).
Ele diz, por exemplo, que, se abrisse um restaurante de sushi - algo que ainda não tem -, investiria tempo para aprender tudo em relação ao ramo. "Se precisasse viajar para o Japão, faria isso", garante. Sua história com a gastronomia surgiu por acaso. A ida a Londres não foi com essa meta. Mas o destino assim o quis.
Seu primeiro trabalho na Europa foi na cozinha de um restaurante, lavando pratos. O empregador deu uma força, ajudando Gabriel a pagar um curso de gastronomia e redefinindo, assim, seu futuro.
Logo, teve experiências em locais renomados, com estrelas Michelin, trabalhou com chefs famosos e alguns apresentadores de programas de TV. Descobriu que levava jeito.
Foi com as libras que juntou nessas passagens profissionais, e uma ajuda do sogro, que abriu seu primeiro restaurante em Porto Alegre. Do exterior também trouxe grande parte das louças e móveis que davam personalidade ao Seasons.
Se ele come a cada dia em um de seus restaurantes? Que nada, tem horas em que uma fugida em casa se faz necessária - e não é por falta de opção.