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Economia

- Publicada em 05 de Fevereiro de 2018 às 19:00

Dólar sobe mais de 1% com cenário externo e pessimismo com reforma da Previdência

Agência Estado
A combinação entre o cenário externo desfavorável para países emergentes e o ceticismo com a reforma da Previdência no Brasil levou o dólar a operar em alta durante toda a sessão de negócios desta segunda-feira (5).
A combinação entre o cenário externo desfavorável para países emergentes e o ceticismo com a reforma da Previdência no Brasil levou o dólar a operar em alta durante toda a sessão de negócios desta segunda-feira (5).
A divisa norte-americana já iniciou o dia com pressão de compra e renovou sucessivas máximas ao longo do dia, até os minutos finais de negociação. No mercado à vista, o dólar terminou o dia cotado a R$ 3,2503, com alta de 1,05% ante o real. No futuro, a moeda subiu 1,36% no contrato de março, aos R$ 3,2715, pressionado pela forte deterioração dos mercados norte-americanos no final do dia.
As adversidades do cenário internacional formaram um pano de fundo negativo durante todo a sessão, com aumento importante da volatilidade nos mercados globais. O movimento de aversão ao risco, que atingiu principalmente as moedas de países emergentes, veio ainda na esteira dos números fortes do mercado de trabalho norte-americano e das especulações sobre a possibilidade de o Federal Reserve aumentar para quatro o número de elevações dos juros nos Estados Unidos este ano.
Mas a alta do dólar ante o real foi além das demais divisas emergentes, uma vez que contou com a reforma da Previdência como o componente extra de preocupação. "Pesou a constatação de que, passado o recesso e com toda a campanha que foi feita em favor da reforma, o governo continua precisando dos mesmos 40 votos que necessitava no final de 2017", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. "A percepção é de que, se a proposta não for votada agora, caberá ao próximo presidente procurar alternativas para tapar o buraco, o que pode incluir medidas impopulares, como aumento de impostos", afirmou.
A última hora de negociação no mercado à vista foi marcada pela aceleração do ritmo de alta da moeda e foi relacionada por operadores à fala do relator da reforma, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). Entre outros pontos, o relator afirmou que dificilmente o novo texto da proposta será apresentado nesta semana, como prevê o governo. Ele disse que está na fase de consulta aos líderes da base aliada para saber que mudanças resultarão em votos.
Para Ignácio Crespo, economista da Guide Investimentos, apesar da forte tensão do mercado com a reforma da Previdência, o cenário internacional teve forte contribuição para o desempenho do câmbio neste início de semana. Ele ressalta principalmente o forte aumento da volatilidade no mercado externo, com o índice VIX registrando altas expressivas na sexta-feira (2) e nesta segunda, quando avançou mais de 100%.
"O aumento da volatilidade é uma tendência que deve permanecer nos mercados, uma vez que o Federal Reserve está apenas no início do processo de normalização dos juros. Temos um cenário de aumento de volatilidade lá fora e também aqui, o que explica a alta do dólar maior ante o real do que ante outras moedas emergentes", disse o economista da Guide.
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