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Cultura

- Publicada em 15 de Fevereiro de 2018 às 08:27

Eu, Tonya narra a história de um escândalo olímpico

No drama Eu, Tonya, Margot Robbie interpreta famosa patinadora norte-americana

No drama Eu, Tonya, Margot Robbie interpreta famosa patinadora norte-americana


/CALIFORNIA FILMES/DIVULGAÇÃO/JC
Luiza Fritzen
Com apenas três anos de idade, Tonya Harding descobriu que tinha um dom. Aos quatro, ela conquistou seu primeiro prêmio como patinadora artística. O que poderia ter sido uma história de sucesso e de ascensão social, no entanto, teve um desfecho triste e dramático. Em um formato que dialoga com o documental e com o ficcional, o longa Eu, Tonya é baseado em fatos reais e conta a história da patinadora norte-americana que conquistou o amor e o ódio dos Estados Unidos da década de 1990.
Com apenas três anos de idade, Tonya Harding descobriu que tinha um dom. Aos quatro, ela conquistou seu primeiro prêmio como patinadora artística. O que poderia ter sido uma história de sucesso e de ascensão social, no entanto, teve um desfecho triste e dramático. Em um formato que dialoga com o documental e com o ficcional, o longa Eu, Tonya é baseado em fatos reais e conta a história da patinadora norte-americana que conquistou o amor e o ódio dos Estados Unidos da década de 1990.
Considerada uma das maiores patinadoras no gelo do mundo, Tonya foi a primeira atleta norte-americana a executar um giro duplo no ar. No entanto, sua carreira chegou ao fim após um incidente que envolveu Nancy Kerrigan - sua principal oponente - e que ficou conhecido como o maior escândalo da história do esporte nos Estados Unidos. Em 1994, a atleta foi atingida no joelho por um bastão de metal após uma sessão de treinos - o ataque foi relacionado a Jeff Gillooly, esposo de Tonya na época.
A cinebiografia é baseada em entrevistas com Tonya Harding, Jeff Gillooly e outros envolvidos no caso. Graig Gillespie, da comédia romântica A garota ideal, dirige o roteiro escrito por Steven Rogers, que recria a história misturando humor e emoção. Apesar de mais extenso do que o necessário, o drama buscar construir a narrativa a fim de quebrar o estereótipo criado pela mídia e mostrar que, desde a infância, Tonya foi vítima de relacionamentos abusivos, abandonos e violências em suas mais diversas formas.
Desde pequena, a atleta foi tratada aos socos e pontapés pela própria mãe, LaVona Golden, uma mulher fria e amargurada. De nada valiam as horas que Tonya passava no ringue, nem o quanto ela se dedicava e tinha abdicado de amigos, da escola e da vida normal de uma adolescente, a patinadora nunca havia dado o seu melhor e valorizado o investimento da mãe em seu treinamento. Como resultado, a patinação se tornou a sua vida. A frieza e o desamor que a cercavam desapareciam no gelo, e o ringue se tornava um espaço cheio de vida em meio a suas piruetas, saltos e pousos.
Paralelamente à relação entre Tonya e sua mãe, os júris também a rejeitavam. Apesar de sua técnica impressionante, ela não era bonita o bastante, não era gentil e dócil o suficiente, não tinha os melhores uniformes (que eram costurados por ela ou pela mãe), não escolhia músicas de garotas para as suas performances. Ela era inadequada, tinha sotaque e origens pobres, pintava a unha com esmaltes coloridos e tinha um linguajar que não se encaixava com o que a associação de patinadores buscava para ser o rosto da América nos Jogos Olímpicos.
Relacionando amor à violência, Tonya casou com seu primeiro namorado e passou a conviver com mais agressões domésticas e abusos psicológicos. Foram inúmeras as chamadas feitas para a polícia, as ordens de restrição e as desculpas pelos roxos no corpo e no rosto. Tragicamente, foi Gillooly quem acabou por encerrar, antecipadamente, o sonho de Tonya.
Margot Robbie - em um dos papéis mais densos de sua carreira - consegue transmitir ao público a raiva e a frustração de não ser reconhecida, apesar de seus esforços, revelando uma mulher que foi criada para se sentir insegura e nunca boa o bastante. De mesmo modo, Margot emociona com suas reações durante saltos perfeitos em belíssimas apresentações.
Ao seu lado, Allison Janney, que já recebeu o Globo de Ouro por seu papel no longa, é uma das favoritas ao Oscar de atriz coadjuvante como mãe da patinadora. Cruel e carrancuda, LaVona não poupa críticas à filha e desconta na personagem sua frustração pessoal.
Eu, Tonya é um filme que muda o olhar sobre o caso da patinadora e mostra que, por trás do escândalo, é preciso compreender toda a trajetória e as dificuldades enfrentadas por uma mulher grafilizada que, desde pequena, foi ensinada a olhar para outras meninas como rivais, que teve problemas com autoestima e passou por diversos relacionamentos abusivos quando, no fim, só buscava ser amada e reconhecida pelos seus próprios esforços.
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